The Batman e o Ego: As inspirações para o maior detetive do mundo!

      The Batman já esta em cartaz com sucesso de crítica ao redor do mundo e, completando essa pequena trilogia da vingança, trago a terceira grande inspiração para a construção desta versão do Cavaleiro das Trevas, dirigido por Matt Reeves e interpretado por Robert Pattinson. Falo do título Batman: Ego, escrito e desenhado pelo renomado Darwyn Cooke, lançada no ano 2000.

      Esta HQ já foi tema de uma edição do nosso Clube de Leitura da Vovó Bondade – que pode ser assistido clicando aqui –  e como debatido pelos nossos redatores do clube, Batman: Ego é uma narrativa que foca nas questões emocionais de Bruce Wayne e a sua relação com a figura do seu alter ego Batman em sua cruzada contra o crime e o que lhe custou ao longo de sua carreira. No longa dirigido por Matt Reeves, a utilização deste conflito emocional para sustentar este Batman, enquanto ele lida com a sua sombra e mesmo sendo uma figura que simboliza o medo, também possui os seus próprios medos e fraquezas.

      Jung, na psicanalise, define a sombra como um caráter inconsciente ligado a um aspecto mais sombrio da personalidade, como os medos e as fraquezas. Para alcançar uma completude seria necessário confrontar a sua sombra, e vemos que este conceito é algo que esta entrelaçado como um dos diversos núcleos do filme.

      Bruce Wayne em toda a história dialóga com a sua sombra em diversos momentos, mostrando o seu medo de perder outra pessoa que ama e afastando a possibilidade de nutrir qualquer afeto por outro alguém, identificando-se como a própria vingança em uma cruzada para evitar que outras pessoas vivam esta constante sensação de tristeza que possui.

      Talvez a única diferença em relação a HQ seja que não existe um diálogo propriamente dito entre Bruce e a sua sombra como Batman, mas um dos elementos essenciais de Ego é muito bem utilizado tanto para acrescentar uma profundidade emocional para o personagem quanto para a própria narrativa do filme, sendo essa uma relação que acontece na cidade com a própria história de vida de Bruce.

      Assim como Ego utiliza a metáfora do Batman e Gotham serem um ser único, podemos comparar os eventos que deram origem a este Batman com a própria história da cidade e, como ao mesmo tempo que ele confronta elementos obscuros de sua origem e adentra no coração obscuro de Gotham com sua essência sombria encontrando uma forma de entender a si mesmo, como sua sociedade funciona e a forma de causar um efeito positivo nela.

      A conclusão que o Cavaleiro das Trevas chega em relação aos seus dilemas é a mesma que a HQ, mesmo que seguindo por caminhos diferentes dada a construção de ambas as histórias e, ao confrontar a sua sombra, Bruce consegue entender que o Batman pode ser um símbolo além do medo ou do seu próprio medo. Ele é um sinal de esperança dentro de uma cidade tão sombria como Gotham e entende que existe uma relação tão simbiótica entre o herói e a cidade que jurou proteger.

      Observação: 
      Além de Batman: Ego também realizamos matérias especiais sobre as histórias O Longo Dia das Bruxas e Batman: Ano Um.

      Ricardo dos Santoshttps://terraverso.com.br
      Fã de quadrinhos, séries, filmes e games. Apaixonado por DC de Grant Morrison a Alan Moore. Mais um privilegiado de estar na amada Terraverso.

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