Harley Quinn | Crítica da 2ª temporada da série animada

      Mantendo o ritmo corrido, a segunda temporada de Harley Quinn entrega o fan service mais esperado pelos fãs do casal moderno mais popular do Multiverso DC.

      Sucedendo uma temporada de estreia gloriosa, o segundo ano da série animada que foca na antiga parceira de crime do Coringa teve expectativas gigantes para suprir. Anunciada quase que imediatamente após o final da primeira, ”Nova Gotham”, seu episodio de retorno, chegou em abril deste ano com um lembrete: Esse show não é para crianças, e nem para puristas desse universo vasto e rico de personagens únicos e desajustados. Com mortes chocantes e muito sangue, a abertura da temporada, e grande parte dos episódios que vem logo em seguida, trazem o que a produção tem de melhor: o inesperado. Com a introdução de novos vilões, os fan-favorites Pinguim e Senhor Frio, a narrativa se mantém quase a mesma; Arlequina e sua gangue de desajustados em busca de notoriedade em Gotham, agora em ruínas. Com o desaparecimento da Liga da Justiça, a cidade fica a nas mãos de quem tem mais poder, e quando a legião do mal resolve dividir territórios, Harley se encontra novamente batendo (e decepando) cabeças para encontrar o seu lugar.

      A grande mudança nesse ano acontece com os sidekicks: Cara-de-Barro, Tubarão-Rei e Doctor Psycho ganham arcos próprios e mais espaço fora da gangue, com alguns episódios quase que centrados em um personagem específico que não é a Harley, dando um momento certo para respirar e expandindo o mundo da série com mais personagens e enredo, o que é sempre bem vindo. Uma grande surpresa surgiu com o protagonismo do Comissário Gordon, que não só toma a frente em inúmeros episódios, como se revela o grande antagonista da série em sua conclusão, e a verdadeira barreira final que Harley deve enfrentar para colocar seu nome em notoriedade, mas o caminho que leva Gordon a assumir tal posição é um pouco demorado, mas bem construído e hilário de presenciar.

      Enquanto o primeiro ano da série animada é focado no término de Harley com o Coringa de todas as maneiras, aqui, os produtores se preocuparam em expandir o universo e fazer todo o trabalho necessário para colher bons momentos na história no futuro, em certas partes você consegue adivinhar onde a série irá te levar, mas você aprecia o caminho e o cuidado que é tomado, pois você se importa com esses personagens tanto quanto antes.

      Se o primeiro ano era focado em introduzir a Gotham de Harley, o segundo ano acredita que você não só já está familiarizado com esses personagens mas como já conhece os outros nomes que fazem parte dele, mesmo sem ter te apresentado antes. Grandes participações chamam atenção e roubam a cena durante os 13 episódios da série, que não ficam apenas como participações de luxo e sim como elenco de apoio durante a temporada inteira, fazendo pontas hilárias aqui e ali, com um cast de dubladores espetacular, abrindo portas para inúmeras possibilidades de enredo onde a série pode caminhar em seus anos seguintes. Com destaques para a introdução inédita de Batgirl, uma Mulher-Gato super experiente, e o já mencionado Jim Gordon, a beira de um ataque de nervos.

      Mas, como já era de se esperar, o grande arco em foco é o relacionamento entre Ivy e Harley. Faíscas voam desde o início da série animada, e já no seu segundo ano, conseguimos respostas, desenvolvimento, e um bela e satisfatória conclusão para o casal mais popular da DC nas redes sociais. Longe de ser um spoiler, o relacionamento entre as duas personagens já é retratado nos quadrinhos há anos, arrancando suspiros de fãs ao redor do mundo, que rezavam por mais representações do amor entre Harleen e Pamela fora das páginas das HQs, e sem decepcionar, a série construiu, com muito cuidado, um romance natural, nada sexualizado ou fetichizado, entre duas mulheres fortes que possuem seus próprios caminhos e ambições naquele mundo a sua volta. Longe de ser um conto de fadas, o romance é por muitas vezes atrapalhado pela ambição descabida de Harley e sua busca por notoriedade. É difícil ser a Head Bitch in Charge quando todos a sua volta a subestimam, mas a confiança e loucura de Quinn se mantém forte, sendo algumas de suas características mais marcantes, e nada a impede de chegar ao seu objetivo, nem mesmo Darkseid.

      Mas a grande insegurança surge de Ivy, que no começo da temporada não sabia onde se encaixava nos planos de sua melhor amiga, não concordava com suas ideias extremistas, e enfrentava um novo território no seu relacionamento prematuro com o Homem-Pipa. A série se preocupou em manter ambas as personagens inteiras, com suas próprias motivações, mas sempre motivos que as unem novamente. Elas começaram amigas, e vão permanecer assim, apesar do que vem pela frente.

      A conclusão desse ano não tem defeitos do ponto de vista desse romance já prometido a acontecer, quem ama as personagens vai se animar com qualquer easter egg pequeno ou gigante. Apesar de servir como um final, a série não deixa pontas soltas e te deixa com vontade de pular no banco traseiro do carro de fuga das duas, que fogem para o pôr do sol juntas da mesma maneira que começaram a série: unidas.

      Nota:

      Excelente: 52/52
      Juan Santoshttps://terraverso.com.br
      "Lembrai, lembrai, o cinco de novembro. A pólvora, a traição e o ardil; por isso não vejo porque esquecer; uma traição de pólvora tão vil" - “V for Vendetta”

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