A relação entre a Warner Bros. e Zack Snyder vem se deteriorando com o tempo. O cineasta foi escolhido pelo tradicional estúdio para “arquitetar” o universo de super-heróis do conglomerado nos cinemas e bater de frente com a Marvel. E diferentemente do que a concorrente apresentava nas telonas, Snyder trouxe aos filmes da DC Comics um olhar mais pessimista, sombrio e menos divertido. Responsável por dirigir O Homem de Aço (2013) e Batman vs. Superman: A Origem da Justiça (2016), os dois primeiros filmes do DCEU, Zack Snyder foi extremamente criticado pelos especialistas por sua visão particular para personagens tão queridos. Mas nesta quinta-feira (06), um ex-executivo da Warner Bros. respondeu um comentário no Twitter defendendo a visão de Snyder e afirmando que a personalidade do diretor fez com que suas produções fossem subestimadas pela crítica.
Eu não poderia concordar mais. Minha suspeita sempre foi de que a gentileza, abertura e entusiasmo de Zack criaram um ambiente para os críticos subestimarem seu trabalho. Por ser um humano humilde, acessível e decente, ele não se encaixava no molde de um autor. M****. Deve ser o oposto.
Escreveu o ex-executivo do estúdio, Greg Silverman, ao concordar com a opinião de um outro usuário da rede social, que também defendia Zack Snyder (via ScreenRant).
I couldn’t agree more. My suspicion always was that Zack’s kindness openness and enthusiasm created an environment for critics to undervalue his work. Because he is a decent approachable humble human, he didn’t fit the mold of an auteur. Shitty. Should be the opposite. https://t.co/3OU3NC5CzL
— Greg Silverman (@gregsilverman) January 6, 2022
As versões teatrais, ou seja, exibidas nos cinemas, de O Homem de Aço e Batman vs. Superman sofreram com as baixas avaliações dos especialistas. Por outro lado, assim que BvS ganhou uma versão definitiva com toda a visão de Snyder, muitos críticos, que antes detestaram o filme, passaram a reconhecer o olhar do diretor para aquelas histórias. Mas essas avaliações negativas tiveram um peso muito grande para a Warner Bros. que, desde então, vem tentando, de todos os jeitos, se desvencilhar da visão marcante do cineasta.
Liga da Justiça (2017) foi a pá de cal na relação entre Warner Bros. e Zack Snyder. Isso porque, de certa forma, o estúdio usou de um momento pessoal delicado do diretor (suicídio da filha, Autumn, de 21 anos) para tentar reverter a visão mais séria de Snyder e seguir uma linha cômica com os personagens. Tanto é que para isso, a WB chamou Joss Whedon para refilmar um filme praticamente pronto. A produção lançada, às pressas, em 2017, se mostrou um fracasso retumbante. Mas mesmo com a disponibilidade do filme original, o Snyder Cut ou, se preferir, a Liga da Justiça de Zack Snyder no ano passado e o ótimo recebimento por parte da crítica e, principalmente, dos fãs, a relação de parceria entre estúdio e cineasta parece ter chegado em um divórcio sem qualquer chance de retomada.
O Homem de Aço, Batman vs Superman: A Origem da Justiça e Liga da Justiça de Zack Snyder estão disponíveis na plataforma HBO Max. Rumores recentes afirmam que estes filmes podem até ser apagados do cânone do DCEU com o lançamento do filme solo do Flash, que vai explorar o conceito de multiverso. Recentemente, Zack Snyder assinou um contrato milionário de exclusividade com a Netflix. Além de comandar um novo universo de zumbis (Army Of The Dead) na poderosa do streaming, o diretor vai começar a gravar, em breve, Rebel Moon, longa de ação e ficção científica com Sofia Boutella, que também será distribuído pelo famoso serviço de assinatura. A produção ainda não conta com uma data oficial de lançamento.