O terceiro episódio da nova temporada de Patrulha do Destino, intitulado “Dead Patrol”, serve como um teste para a vindoura série “Dead Boy Detectives” apresentando as regras deste mundo sobrenatural e os personagens que irão protagonizar suas aventuras. E, como visto no episódio, existe uma base rica e bastante promissora para ser explorada no derivado.
Criada pelo lendário Neil Gaiman, os personagens foram apresentados na edição de número #25 da HQ The Sandman, em 1997, durante o arco “Estação das Brumas”. No título, era mostrado o jovem Charles, que durante a época de Natal é atormentado por um grupo de colegas e acaba falecendo em sua escola. Agora morto, Charles conhece um outro fantasma que fica perambulando no local, Edwin, que depois de ficar 75 anos no inferno, consegue escapar e retornar para seu antigo colégio.
Uma amizade se inicia e, durante os eventos do arco de Sandman, eles conseguem permanecer na Terra, com a aprovação temporária da própria Morte, decidindo investigar crimes sobrenaturais.
Imagem do elenco nos bastidores do episódio.
Nos eventos do EP, grande parte da Patrulha é assassinada e enviada para a Mansão Destino, onde Dorothy pede a ajuda de Danny, a Ambulância, que vai ao encontro dos detetives, que são recebidos por ela e Larry. Neste momento, somos apresentados aos garotos e a jovem médium Crystal, a integrante mortal da equipe.
Depois de fazerem contato com a alma de Rita, Dorothy implora para que eles, de alguma forma, encontrem a alma de seus amigos e tragam de volta para os seus corpos no mundo material. Visivelmente mexida com o estado da patrulheira, Crystal convence os meninos e ambos decidem se dividir em dois grupos, um indo para o pós vida, e outro ficando para fazer contato com as almas.
Neste momento, é apresentando não só as regras e elementos base do pós vida, como também a complexidade dos personagens que as envolve. Em uma conversa com Larry, é revelado que Edwin (Ty Tennant) morreu em 1916 de forma bruta, tendo ficado anos no reino da morte, sabendo tudo que se precisa saber sobre os perigos desse mundo. Ele tem uma postura séria e reservada, além de possuir sentimentos reprimidos pelo seu companheiro de mistérios.
Charles (Sebastian Croft), por outro lado, é o músculo das operações, sendo o rapaz “espirituoso” do grupo, podendo conjurar armas capazes de ferir até mesmo a própria morte em pessoa. Ele faleceu por hipotermia graças aos valentões de sua escola, contraindo hidrofobia no processo. Já Crystal (Madelyn Horcher), conheceu os jovens fantasmas quando foi possuída por um demônio chamado David por cerca de um ano, onde, segundo a mesma, foi usada para cometer atos terríveis e tendo as suas memórias roubadas quando se viu livre da entidade, sendo agora movida pela vingança e pela vontade de reencontrar seus pais.
O reino dos mortos é mostrado como uma mistura de elementos vindos da mitologia grega, com outros detalhes completamente originais, como o portal sendo uma árvore aberta pelo sofrimento ou os “Vigilantes”, uma espécie de guardiões e condutores das almas com cabeça de peixe-lanterna. Além de, é claro, a Morte – interpretada pela atriz Ruth Connell – que não é a clássica Perpétua das histórias de Neil Gaiman, visto que os direitos da obra estão com a Netflix.
A entidade que possuí uma aparência monstruosa com boca de tarântula, vem perseguindo os garotos para traze-los de volta ao seu reino, com Edwin a temendo e Charles a achando atraente.
A equipe improvável de detetives traz um novo olhar para o universo da Patrulha do Destino, que já enfrentou uma variedade de seres antes, mas nenhum deles trouxe uma base mitológica tão sólida a este ponto. Sendo um mundo com suas próprias regras mas, ainda podendo manter ligações com a sua “série mãe”, a produção poderia receber visitas de certos rostos conhecidos, como é o caso do mago Willoughby Kipling (Mark Sheppard).
Ao final do episódio, Dorothy (Abigail Shapiro) decide partir junto ao grupo, não sabendo ao certo se a personagem irá, ou não, se unir a ele.
A apresentação dos personagens é encantadora, muito disso graças a química entre os atores, um roteiro bem humorado e um universo rico em sua volta, deixando um gostinho de quero mais e deixando os fãs empolgados para mais aventuras dos personagens.
Lembrando que, um piloto foi encomendado pela HBO Max, podendo ser aprovado e dar origem a série dos Dead Boy Detectives.