Stargirl é um manto para poucos.
Críticas sempre serão parciais, não importa quanto os autores tentem dizer o contrário. Analisar algo vai de encontro com gostos e repertório individual, sendo nada mais que um caldo de ideais sobre determinado produto, como um suco. Dito isso, Yolanda definitivamente não está me descendo.
Não é de agora que nossa pantera do rabo preso se mostra no centro de um linear moral, ainda mais por conta de sua base religiosa e pais controladores. Yolanda sempre foi uma maniqueísta hipócrita, com um sermão na ponta da língua e garras a mostra. A minha questão nesta temporada em específico é como sua natureza vem ficando cada vez mais soberba, agindo com base no rancor e alimentado mais conflitos do que resolvendo em si. E o pior, tendo Rick ao seu lado, que apesar de não estar bebendo da mesma fonte estar a um passo de se afogar com a mesma linha de pensamento.
Adolescentes são assim, e por mais que a antipatia seja inevitável, não deixa de ser coerente com o que já havia sido previamente mostrado dos personagens. Ainda mais num ano onde conflitos entre aqueles que deveriam ser aliados parecem ser os reais motores da trama, roubando talvez o papel que antes estava nas mãos de sua protagonista, que agora experimenta o mais normal que sua vida pode lhe proporcionar, em uma subtrama romântica que vêm sendo usada com parcimônia o bastante para não se tornar um empecilho, e dando dicas de conflitos inevitáveis. (Ainda mais se depender da vovó noel de direita)
Todos esses conflitos acabam por tendo como centro a presença de Cindy, que além de estar trabalhando arduamente em sua cura também encontra tempo para iludir corações do núcleo mais carismático da série. Se até então os personagens centrais haviam agido por raiva, amor ou rancor, aqui a patricinha de escamas é movida pelo medo de sua própria monstruosidade, demonstrando receio da reação alheia até em momentos de crise maior.
Falando em medo, Beth é outra que cada vez mais se isola de sua base, neste caso familiares, por medo das consequências que seus atos heróicos podem causar. Recebendo uma atenção e, principalmente, agência em meio a tanto caos que, como já havia mencionado antes, chega a ser gratificante. Descobrindo a existência de uma ameaça ainda maior a espreita, que agora parece disposta a mostrar sua “face“.
Titulo: Stargirl: Frenemies – 03×06 – Chapter Six: The Betrayal
Direção: Lea Thompson
Roteiro: Alfredo Septién
Duração: 40:54 min.
Nota: 3,5/5
Stargirl, coaching da geração!
Após episódios de suspense, chegou enfim o retorno de Sombra (Jonathan Cake) para alegrar o público com seu temperamento tão amistoso. E, como já suspeitado, junto dele temos também a volta da esquentada Jennie (Ysa Penarejo), criando uma dupla ríspida que alegra a tela depois de tantas intenções de adolescentes egocêntricos.
Mas antes, o episódio já começa sem muitos rodeios apresentando Todd (Tim Gabriel), o filho perdido de Alan Scott, o lanterna verde. Mostrando logo de cara o básico sobre o que precisamos saber sobre esse novo aliado em potencial, com direito a flashbacks, um gostinho de suas selvagens habilidades de umbracinese e o situando nas terríveis instalações do Sanatório Hex. Onde acontece o desastroso reencontro com sua irmã, que acaba por jogar seus salvadores no reino das sombras.
Uma apresentação dinâmica e turva o bastante para não deixar claro se existe a possibilidade dele ser uma ameaça iminente. Minha única reclamação aqui foi a forma ambígua que a sexualidade do personagem foi mostradas, porém prós padrões da própria série é até perdoável, por hora.
Mas voltando a trama principal, Beth (Anjelika Washington) continua mostrando ser a única que realmente trabalha na SdJ e causa um apagão na cidade com o intuito de destruí as câmeras implantadas pelo Sr. Bones (Keith David). No meio disso tivemos Rick agindo como um brutamontes sádico e Yolanda finalmente tendo seu primeiro momento de humanidade na temporada quando decidi enfrentar os abusos de sua mãe, que acaba por levando a heroína a saí de casa.
Por fim, mas muito longe de ser menos importante, tivemos o primeiro desenvolvimento propriamente dito de Jakeem (Alkoya Brunson), que parece agora começar a entender a real natureza dos poderes de Thunderbolt, graças a ajuda de Zeek (King Orba), o melhor contador de histórias que se possa desejar.
Após tantos panos quentes, chegou por fim a hora da virada da temporada. Tendo a primeira parte estabelecido bem as relações interpessoais da série para agora sim vermos os seu resultados nas ações que deverão ser exigidas para enfrentar uma ameaça maior que apenas a política de boa vizinhança.
Titulo: Stargirl: Frenemies – 03×07 Chapter seven: The EvidenceInfinity Inc. Part One
Direção: Glen Winter
Roteiro: James Robinson
Duração: 38:26 min.
Nota: 4,5/5