Em meio a uma Era de lutas por mais espaço para a diversidade nos quadrinhos, um herói que é referência no universo DC chega a meio século de existência e a cada dia mais, a cada nova edição da Tropa Esmeralda, seja adaptação, animação ou live action, ele ganha força. É importante celebrar a existência de heróis como John Stewart, o Lanterna Verde que marcou uma geração e agora entra na lista dos cinquentões do universo dos quadrinhos.
O nosso amado guardião esmeralda entra em uma lista bem seleta de personagens negros que já existem há muito tempo como o Raio Negro pela DC, Tempestade, Pantera Negra e Luke Cage pela Marvel e Little Zeng, o mais velho dentre todos eles, além do anti-herói Spawn, que apesar de ser jovem, tem a marca de ser o título mensal com o protagonista negro com mais edições na história, sem nenhuma interrupção, e agora conta com seu próprio universo que passou a ser publicado pelo selo Image Comics.
Por outro lado, quando pensamos em John Stewart também reconheço essa força, mas existe uma quebra de fatalismo quando olhamos para o herói em sua jornada, o colocando no aspecto peculiar de ser um construtor, alguém que utiliza da sua capacidade de projetar, criar e idealizar, sua principal virtude em essência heroica.
Outro detalhe que considero importante e que citei brevemente em outra matéria¹, diz respeito a John estar relacionado a figura de pessoas negras na posição de liderança. Recentemente, isso passou a ser um evento recorrente em histórias de diferentes mídias como Pantera Negra, a premiada minissérie da HBO Watchmen e com a chegada do Superman negro que aparecerá tanto em um filme, quanto em série.
O herói lidera a Tropa e continua sendo o único guardião esmeralda a participar de todas as crises do universo DC em toda a sua história, um fato que jamais pode ser esquecido, pois em cada grande momento do universo DC, John estava lá contribuindo com a sua inteligência e força de vontade.
Recentemente, tivemos a ingrata surpresa da exclusão de John Stewart de “Liga da Justiça de Zack Snyder”, o Snydercut, que seria uma grata surpresa para os fãs do herói e os mais nostálgicos que, assim como eu, lembram de suas manhãs na frente da TV assistindo a reunião dos maiores heróis da Terra.
Considero que seria a cereja do bolo na comemoração da quinta década de existência do construtor mestre, porém, para a nossa tristeza, o estúdio o removeu para aparições posteriores. Que fique sempre lembrado que o primeiro intérprete em live action de John Stewart foi Wayne T. Carr em Liga da Justiça, assim se juntando a lista de nomes importantes com Phill Lamar, Roger R. Cross, Lil Yachty, Kevin Michael Richardson e Michael Jay White que emprestaram suas vozes e talentos para dar vida a este grande Lanterna Verde.
E por fim, escolho o Dia da Consciência Negra como um momento oportuno para celebrar os 50 anos de John Stewart que oficialmente assoprará velhinhas apenas em dezembro, mas por todo o significado de sua existência, como um herói e uma liderança negra no universo DC e uma das razões para que eu me tornasse alguém identificado com a minha etnia, essa homenagem é fundamental. Que ele siga como inspiração para o futuro de outras crianças assim como foi para este garoto que aprendeu que pessoas negras também tem o dom de construir. Vida longa ao construtor mestre!
Nota do autor¹: A matéria citada a respeito do personagem pode ser lida na íntegra -clicando aqui-