#TBT do Terraverso | Racismo e violência policial foram destaques em Lucifer

    Como de praxe, em toda quinta-feira as redes sociais ficam repletas de postagens assinaladas com “#tbt“.

    Um momento “TBT” é aquele dedicado para que as pessoas relembrem momentos passados e que gostariam de de reviver e/ou compartilhar e aqui no Terraverso também gostaríamos de trazer momentos que nos marcaram de alguma forma. Hoje, por exemplo, iremos falar sobre um episódio específico de “Lucifer“, precisamente o oitavo episódio da quarta temporada da série da Netflix, intitulado “Super Bad Boyfriend”.

     Na quarta temporada de “Lucifer” vimos Amenadiel (D.B. Woodside) enfrentando alguns dilemas pessoais e ao mesmo tempo entrando em contato com um jovem negro e morador de uma área periférica chamado Caleb.

    Se você caro leitor e cara leitora é um fã assíduo da série, pode continuar lendo o texto, mas se vocês ainda não viram este episódio, tomarei cuidado para não dar muitos spoilers.

    No episódio em questão, vemos o anjo Amenadiel questionando-se sobre como seria a paternidade, já que a Dra. Linda (Rachael Harris) está esperando um filho seu. Ele então decide seguir um jovem negro, Caleb. O garoto, por coincidência (ou vontade de Deus) é um dos envolvidos em um dos casos de Chloe (Lauren German) e Lúcifer (Tom Ellis).

    Como prometido, não darei muitos spoilers, por isso gostaria de chamar a atenção para duas cenas específicas. A primeira mostra uma conversa entre Amenadiel e Caleb, que é parada por uma abordagem policial e você confere abaixo:

    “Por que está apontando a arma, eu não fiz nada de errado.”

    Podemos notar a forma violenta que os policiais brancos abordaram os personagens, Caleb estava apenas com um sorvete na mão e Amenadiel, que também estava desarmado, só não leva um tiro por que Daniel (Kevin Alejandro) chega no momento certo e diz que ele é seu amigo.

    Ainda falando de Daniel, em outra cena vemos ele e Amenadiel conversando sobre o sistema policial estadunidense e o racismo estrutural presente na sociedade.

    “Por que aqueles policiais não me ouviram? Eu tentei argumentar com eles, mas eles não me escutavam.”

    Escolhi estas duas pequenas cenas para comentar em nosso momento TBT porque acredito que ambas dão conta de retratar a mensagem que o episódio queria passar para o público, principalmente sobre a violência policial e o racismo existente na sociedade como um todo. Em um primeiro momento vemos policiais agredindo pessoas negras sem nem ao menos escutarem o que elas tem a dizer, literalmente quase “atirando antes e perguntando depois”. Na sequência vemos as pessoas envolvidas na situação refletindo que poderiam se opor sobre o modo que os policiais agiram, porém chegam à conclusão de que uma simples denúncia não resolveria este problema que é sistêmico.

    Devemos ressaltar a importância de vermos temas sociais sendo retratados em produções que a princípio não teriam motivos para isso. Se alguém me perguntasse o porquê de uma série que fala sobre “as férias de Lucifer” tratar sobre o racismo em um dos seus episódios, eu responderia que a principal causa para isso é a “responsabilidade social”.  A série estrelada por Tom Ellis tem uma enorme base de fãs e capacidade de gerar engajamento nas redes sociais e os produtores certamente veem nisso uma oportunidade de utilizar o grande alcance de “Lucifer” como uma plataforma para gerar debates sobre diversos assuntos.

    Sobre o episódio em si, publicamos uma declaração de Woodside, onde ele fala sobre como se sentiu nas gravações e ainda destacou o modo como a quarta temporada da série abordou temas diversos, leia mais aqui.

    Pessoalmente eu espero que estes assuntos voltem a ser retratados em séries como “Lucifer”, porque isso faz com que um maior número de pessoas entrem em contato com o tema e reflitam sobre.

    Lembram de algum outro episódio ou série que marcaram vocês de alguma forma? Mande sua sugestão para nós, ele pode virar nosso próximo #TBT.

    Lucas Nunes
    Lucas Nunes
    Sou publicitário formado pela UFSM, mestre e doutorando em comunicação pela UFSM também. Fora isso, apenas alguém apaixonado pelo mundo nerd.

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