Superman & Lois | Primeiras impressões da nova série da The CW

    A nova série do Homem de Aço busca recuperar suas raízes na TV americana e continuar com seu reinado fortificado por suas séries anteriores. Com fortes influências em ‘Smallville’ (2001-2011) e ‘Man of Steel’ (2013), Superman & Lois não entrega nada exatamente original, mas consegue saciar até os mais incrédulos com um conteúdo o mais fiel possível entre as limitações do canal que a produziu.

    Quando anunciada, ‘Superman & Lois’, a quinta produção centrada no Superman feita exclusivamente para a televisão, não foi recebida exatamente com boas intenções. São mais de 10 anos após o episódio final da última série do herói, Smallville, que manteve um bom público fiel por 10 temporadas, alavancando a carreira de inúmeros artistas que passaram pela produção. Mas o anúncio não foi exatamente uma surpresa. Debutando pela primeira vez em um episódio da segunda temporada de Supergirl, Tyler Hoechlin chamou atenção o suficiente para retornar por mais vezes no seriado, se tornando um dos personagens principais dos famosos crossovers entre séries do canal. Logo com a popularidade, um seriado próprio para o personagem não seria impossível.

    Superman & Lois termina uma seca de conteúdo próprio em live action do Homem de Aço de quase 8 anos. O último filme, dirigido por Zack Snyder, estreou em 2013 em meio a críticas mistas mas com um grande apoio de fãs. E graças a esses fiéis seguidores, a mais recente produção da The CW ganhou um visual completamente diferente do restante do Arrowverso, que chega a assustar em comparação. A fotografia da série é o primeiro elemento que espanta logo no trailer, espelhando os tons cinzas e uniformes da produção de Zack Snyder, Superman & Lois carrega nas costas a influência e desejo de muita gente que clamava por uma continuação ao filme ‘O Homem de Aço’. É isso que a gente ganhou, e honestamente, é uma bela vitória.

    Para um piloto de uma série de ação, a produção de Greg Berlanti apresenta poucos momentos de pancadaria, dando espaço para o drama familiar dos Kent. Introduzindo os irmãos Jordan e Jonathan Kent, os filhos adolescentes de Lois e Clark nesse universo, somos levados por uma introdução com flashbacks sobre como nossos heróis chegaram até ali, passagens triviais de acontecimentos que estamos cansados de assistir, e coisas novas como o nascimento dos gêmeos e o relacionamento complicado entre Jordan e seus pais.

    Caso você seja familiarizado com qualquer historia moderna do Superman, Jordan não é um personagem que existe fora desse universo. Com o pé atrás, a série trata de apresentar o personagem inédito com mais cuidado. Ele é o filho mais isolado e sensível dos Kent, com uma personalidade mais fechada e insegura, completamente diferente do cheio de vida Jonathan, que não só existe nos quadrinhos do herói, como já carrega uma legião de fãs próprios com suas revistas ao lado de Damian Wayne pelos títulos ‘Super SonsAs Aventuras dos Superfilhos’.

    Apesar de centrar sua trama no drama familiar, Elizabeth Tulloch, a nossa Lois Lane, recebe pouco para fazer. Servindo de suporte para os filhos e sendo a voz da razão do marido, Lois transmite uma mulher confiante e segura, mas infelizmente só é dado a ela a opção de reagir aos acontecimentos ao seu redor nos 60 minutos do episódio inicial. A performance de Elizabeth se manteve firme do que foi entregue nos episódios crossovers do canal, o que torna a sua Lois bem inacessível. Espaço para o afloramento existe e provavelmente será explorado no futuro.

    Tyler Hoechlin é outro que tenta manter sua persona agradável já vista pelo Arrowverso, mas agora ele carrega uma série toda atrás de seu nome, e com muito mais tempo de tela, um espaço maior para notar certas falhas na sua versão do Homem de Aço está ali. Mas posso afirmar que nada se destaca mais na performance do ator do que assistir Hoechlin em ação. Um avanço gigantesco em efeitos especiais abraçam esse Superman com facilidade, e em comparação a Supergirl, outra série que necessita dos mesmos truques em VFX, Superman & Lois se torna o mais próximo de uma produção cinematográfica possível. O traje oficial do herói em cena ainda precisa de certos ajustes para se tornar algo para brilhar os olhos, como a versão do traje de Brandon Routh em Crise das Infinitas Terras um ano antes, ou as inúmeras versões já suadas pelo Henry Cavill dentro do DCEU.

    As referências ao universo do Homem de Aço então por todo lado, seja de uma fala retirada diretamente das páginas das HQ’s, ou uma cena clássica reproduzida aqui frame por frame, Superman & Lois promete tirar pelo menos alguns sorrisos de emoção dos fãs mais apaixonados do herói. Fica evidente que tudo foi produzido com carinho e cuidado, além de respeito pela arte e artistas que vieram antes e influenciaram essa e outras inúmeras produções.

    Superman & Lois é uma produção não exatamente original, mas que consegue sugar tudo que já foi feito de bom com personagens tão famosos e importantes, dando um giro para se enquadrar dentro de uma nova narrativa que promete acalmar a fome de quem pede por mais conteúdo do herói, mais qualidade nas produções da CW e maior otimismo na vida pessoal de um personagem tão clássico e importante para a cultura pop.

    Nota: 50/52

    Juan Santos
    Juan Santoshttps://terraverso.com.br
    "Lembrai, lembrai, o cinco de novembro. A pólvora, a traição e o ardil; por isso não vejo porque esquecer; uma traição de pólvora tão vil" - “V for Vendetta”

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