Stargirl | Como a série vem utilizando do terror para renovar a sua trama

    Ao longo de sua história na televisão, a DC explorou diversas fórmulas e modelos que soube agradar diferentes públicos, tendo uma diversidade de produções que variam da divertida IZombie, até a catártica Watchmen. Entretanto, faz décadas em que a editora não investe em uma trama centrada nos terrores do ensino médio, até a chegada de “DC Stargirl”, que voltou com um segundo ano focado nas angústias e traumas da próxima geração de heróis. 

    Sendo uma produção vinda do falecido serviço de streaming DC Universe, a primeira temporada trouxe uma trama saudosista, sendo uma reverência aos velhos heróis da Era de Ouro dos quadrinhos. A produção aposta em uma caracterização que abraça o ridículo, sem medo de parecer brega, sendo, em muitos sentidos, uma possível sucessora natural de “Smallville”, mostrando o nascer de uma geração disposta a honrar o legado deixado pelos seus antecessores. 

    Com o fim da temporada, e a derrota de Jordan e sua Sociedade da Injustiça, muito se especulava sobre os caminhos que a série iria trilhar agora, existindo um certo medo da produção não manter a qualidade que vinha apresentando. A resposta para isso veio através da adição dos vilões Penumbra e Eclipso, que trouxeram um olhar soturno para a série, contrastando com o seu brilho e inocência. 

    Quando se relaciona adolescência e fantasia, muitas séries modernas se perdem em trazer uma trama que saiba unir os dois elementos de forma complementar, investindo mais no espetáculo do sobrenatural e deixando para os seus protagonistas histórias rasas e sem peso. Os primeiros episódios de “Stargirl” tiveram o cuidado de apresentar calmamente todos os elementos necessários para o entendimento do telespectador, dando mais espaço para o desenvolvimento dos personagens secundários, que lidam com questões que vão além das suas identidades heroicas.

    Vindo nesse caminho, temos a presença do demoníaco “Eclipso” (Nick Tarabay), uma entidade que se alimenta do medo de suas vítimas. A chegada dessa força maligna abala a hierarquia de forças apresentada na série, expondo a vulnerabilidade de seus personagens através do horror derivado não só da ameaça sobrenatural, mas também de suas próprias inseguranças e incertezas. Colocando os heróis em um local de impotência, fragmentando seus espíritos sem precisar fugir do mundo comum. 

    A introdução dos elementos do gênero para a série também contribuiu para melhor gestão de recursos, como CGI e cenas de ação, visto a sua mudança para a emissora The CW. A computação ainda marca presença na produção e permanecem com muita qualidade, porém, estão melhor distribuídos em meio a trama, sendo usados em momentos chaves, como no caso do episódio “Summer School: Chapter Six”, onde vemos um confronto feroz entre a nova Sociedade da Injustiça, liderados por Cindy Burman (Meg DeLacy), e a Sociedade da Justiça, tendo ao seu lado Penumbra (Jonathan Cake), personagens que vem mostrando melhor a ambiguidade que a série tentou apresentar em sua primeira temporada, sendo uma aliado com suas próprias motivações pessoais. 

    Em muitos pontos, o segundo ano da série vêm se assemelhando muito com Buffy: A Caça Vampiros,  série teen dos anos 90 que melhor soube equilibrar o sobrenatural com uma trama juvenil. Usando de entidades e forças obscuras como uma metáfora para o amadurecimento. Só resta saber como será o desenrolar da temporada, visto que agora, “Eclipso” está liberto de sua prisão e com sede de sangue, devendo caçar suas vítimas uma a uma e trazendo alguns rostos conhecidos no processo.

    Marcos Vinícius
    Marcos Vinícius
    Olá! Meu nome é Marcos e tenho um grande amor pelo jornalismo. Possuo um podcast, o Sabor de Ambrosia, e sou um grande fã da DC desde que me entendo por gente. Escrevo de tudo um pouco e, espero que gostem do que tenho pra falar.

    Deixe seu comentário

    Você pode gostar

    Siga-nos

    24,169FãsCurtir
    15,600SeguidoresSeguir
    18,192SeguidoresSeguir

    Últimas Postagens