Justice League Dark: Apokolips War | Uma linha tênue entre a tragédia e a esperança no fim do universo compartilhado de animações

    A nova animação “Justice League Dark: Apokolips War”, foi lançada hoje (05.05) em formato digital e finaliza o universo compartilhado de 15 filmes animados desenvolvidos em um período de quase 7 anos, iniciado em 2013, com a animação Flashpoint.

    Este universo animado possui como inspiração a fase dos Novos 52 dos quadrinhos da DC. Importante ressaltar aqui o termo – inspiração – , pois frequentemente esse conjunto de produções é considerada como uma obra baseada e fiel ao período completo dos quadrinhos. Nas animações, há muitos detalhes e até mesmo arcos que saíram dos N52, mas em um contexto geral sobre as conexões e relações de uma única linha narrativa, não há grande fidelidade como um todo.

    “Justice League Dark: Apokolips War” mostra a guerra entre os heróis (e até mesmo vilões) da Terra contra o Darkseid. É como se estivéssemos na última fase de um game e essa é a hora de enfrentar o maior vilão de todos, o Chefão. A narrativa da animação apresenta poucas conexões com obras anteriores e tenciona o espectador a se sentir desconfortável em vários momentos, pois nem sempre os heróis estão ganhando. Há uma sequência de mortes brutais que acontecem em um espaço de tempo menor que 5 segundos. E não estamos falando de coadjuvantes do universo DC…

    Brutal é uma excelente palavra para definir Apokolips War, mas além disso, ela é trágica em diversos aspectos. A narrativa gira em torno de Jonh Constantine, atuando como um fio que conecta todos os pontos necessários da trama. A queda de personagens tão icônicos soa desesperador, mas necessária para outros tomarem um espaço que jamais imaginaríamos. Lois Lane é um exemplo disso. Ela não atua como uma jornalista no Planeta Diário, pois nesse mundo, uma redação de um jornal não é necessária. Lois é estrategista, lutadora e sobrevivente do caos, merecendo todo o respeito e destaque que a ela é dado.

    A animação por contar com uma grande quantidade de personagens, é divida em sub-arcos e narrativas que em um certo ponto se cruzam, pois boa parte dos heróis e vilões estão juntos em um objetivo comum: Ou a destruição ou a sobrevivência. O status quo de alguns personagens saem mais valorizados dessa produção, dentre eles destaco o Robin de Damian Wayne, John Constantine, Batman e Lois Lane. Outros personagens ao meu ver deveriam ter um maior protagonismo; Mulher-Maravilha e Lex Luthor.

    Lex desempenha uma função submissa e em nenhum momento impõe sua liderança e intelecto. Algo muito relevante em outras histórias do Luthor, como por exemplo na saga Vilania Eterna de Geoff Johns, onde o vilão desempenha um papel de comando e destaque. Em Apokolips War, ele age como um bode expiatório dos vilões e presta serviços fundamentais para o triunfo dos mocinhos na trama. Já a Mulher-Maravilha é subaproveitada por não desempenhar um papel de destaque, sendo coadjuvante e um mero peão no jogo de xadrez de Darkseid.

    Já o Batman, mostra porque é um dos humanos mais poderosos da Terra. Não apenas pelo papel que desempenha nos planos do vilão, mas pela relação com Damiam Wayne. O coração do morcego é gigante. Mas o grande protagonista da animação é John Constantine. Tudo passa por ele. Seu jeitinho britânico de ser arranca boas risadas e emoções. Mostra um papel de liderança e sua presença é fundamental na luta contra o vilão Darseid.

    O terceiro ato da produção lembra muito as histórias escritas pelo Scott Snyder, em que a qualquer momento algo terrivelmente absurdo pode acontecer, como por exemplo a fusão de um herói com um vilão em um corpo só.

    “Justice League Dark: Apokolips War” encerra o universo compartilhado de animações em grande estilo. A produção possui a mesma essência de Flashpoint e respeita o legado construído pelas demais produções nos últimos 7 anos. Agora, o que vem depois dela? Provavelmente, um novo universo compartilhado será criado. Um novo mundo, novas histórias e um mundo a partir do zero. Nem sempre tudo termina com um “E viveram felizes para sempre”.

    A próxima animação da DC é “Superman: Man of Tomorrow”, e mostrará Clark Kent trabalhando como estagiário no Planeta Diário e aprendendo a como salvar a cidade de Metropolis. A previsão de estreia é durante o verão nos EUA.

    Nota:

    Nota: 52/52 – Excelente!

    Willyan Bertotto
    Willyan Bertotto
    Publicitário. Diretor de Arte, Designer e Batmaníaco. Fã incondicional da DC Comics e pesquisador assíduo desse universo e todas as suas possibilidades de transformação.

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