Crítica | Krypton: Uma viagem aos dias de glória do planeta do Homem de Aço

    O universo de seriados da TV é um mundo vasto e para diversos gostos. Muitas séries foram desenvolvidas ao longo de tantos anos da DC, principalmente sobre o Superman.

    Já foram criadas série abordando a vida cotidiana do Homem de Aço como Lois e Clark: As Aventuras do Superman ou a inesquecível Smallville: As Aventuras do Superboy contando como o garoto do Kansas se tornou o ícone Superman, ou até mesmo Supergirl que conta com a presença de seu primo como um grande aliado nos momentos difíceis. Todas as séries tem em comum sempre citarem o planeta Krypton, tanto como a origem dos heróis quanto como uma civilização avançada tecnologicamente e de uma cultura de costumes passados a cada geração.

    Em março de 2018 foi lançada a série Krypton, contando na sua história como eram os dias do planeta natal de Superman e dando uma luz especial para o mundo kryptoniano, apresentando sua sociedade complexa e sendo de suma importância para o futuro do Homem de Aço e do planeta Terra.

    A série é uma parceria entre o canal SyFy e a Warner, não tendo nenhuma relação com as séries do canal CW. O responsável pelo desenvolvimento da série foi  David S. Goyer, roteirista de Batman vs Superman e Batman Begins , tendo em sua temporada dez episódios lançados entre março e maio de 2018 com uma segunda ainda em fase de produção. O elenco conta com a presença de Cameron Cuffe como Seg El, o avô de Clark Kent / Superman, Georgina Campbell como Lyta Zod, Shaun Sipos como Adam Strange e com a participação de Colin Salmon (Máquinas Mortais), interpretando  Dru Zod, conhecido para o público como o General Zod, um dos grandes adversários do Superman.

    A premissa da série é contar sobre a trajetória de Seg, cidadão de Kandor uma das grandes cidades de Krypton e o avô do Superman, que perde o seu nome e honra em um caminho de redenção, ao tentar recuperar seu status e salvar seu planeta. Ele vê o futuro ficar ameaçado com a chegada Braniac, ameaçando inclusive a não existência do Superman nos tempos atuais.

    Uma das coisas mais importantes de se destacar é como foi imaginada toda a estrutura da sociedade kryptoniana, suas casas, hierarquia, a importância de cada membro em uma cadeia de poder cuja o nome já pode significar muito sobre você, os feitos de seus ancestrais são uma marca importante de sua família e um legado a ser carregado em sua geração.

    É sobre este legado que começa a história de Seg El, perdendo seu nome e o direito de usar seu símbolo após a condenação a pena de morte de seu avô Val El sob uma acusação falsa de Daron Vex, interpretado por Elliot Cowan, um oligarca que tem sede de poder e usa de esquemas e manipulação para conseguir ganhar o poder na cidade de Kandor, uma das grandes cidades de Krypton. Os pais de Seg são mortos por Jayna Zod, líder da força militar de Kandor conhecida por ser conservadora e implacável quando se trata de defender a sua cidade.

    Dentro de toda essa luta de poder ainda existe a visita de Adam Strange, vindo do futuro, contando que em seu tempo o neto da casa de El é o maior herói de seu planeta, o Superman, e avisando os habitantes de Krypton que um ataque de Braniac pode mudar a linha do tempo eliminando o Homem de Aço da existência.

    Apesar da série girar em torno da invasão de Brainiac, é interessante para o espectador acompanhar estas tramas que vão surgindo ao longo dos episódios, como a luta política que acontece na cidade, os conflitos recorrentes na casa dos Zod entre Jayna e Lyta, mãe e filha respectivamente. Neste período ainda existe um conflito entre fazer o que é certo para o povo e entre proteger quem ama. Amor inclusive é um tema abordado na série com o relacionamento proibido entre Seg El e Lyta Zod, apresentado de forma bem shakespeariana, e como Nyssa Vex , filha de Daron, tenta usar isso ao seu favor para ajudar seu pai a conquistar seus objetivos.

    A relação entre os El e os Zod é interessante pelo conflito ideológico que apenas só vimos em alguns momentos. Sejam nos filmes ou séries do Superman, é dada a filosofia da casa de Zod um destaque na temporada, ganhando um episódio para que seja apresentada a visão do mundo desta família; como seus membros são tratados e o peso de carregar a honra de tantos homens e mulheres que serviram a Kandor e Krypton com uma devoção tão inquebrável quanto aço.

    A sociedade kryptoniana não é apenas baseada em politica. A religião também tem espaço com a idolatria ao deus do sol Rao, onde o raonismo se tornou a única fé a ser cultuada no planeta. O líder religioso que se denomina a Voz de Rao comanda o topo desta cadeia de poder e conta com a força militar liderada por uma Zod para manter a ordem.

    A série também traz outro inimigo icônico do Homem do Amanhã. Em alguns episódios da temporada temos a aparição do Apocalypse, um grande inimigo que já custou a vida do Superman, sendo ele considerado uma arma extremamente letal e fora de controle. A caracterização do personagem é extremamente fiel a sua versão em quadrinhos trazendo uma boa referência ao universo do Superman.

    A participação de Dru Zod completa essa mistura com uma atuação que lembra a essência do general kryptoniano, que ameaça não só o Superman como também a Terra, com sua postura imponente e o orgulho de ser kryptoniano, sendo essa sua característica mais marcante. A capacidade de fazer o que é necessário para manter a sobrevivência de seu planeta natal cuja o amor e fidelidade são apresentados de forma incondicional.

    Em questão de roteiro, a história se torna coerente. Mesmo com dez episódios, ela consegue resolver as tramas que foram propostas, trazer surpresas, boas cenas de lutas, momentos emocionantes e ainda gera expectativas para a temporada seguinte, tudo sem ter ideias mirabolantes e apostando em uma fórmula simples de contar uma história.

    A série Krypton ainda não tem definida quando será a estreia de sua segunda temporada, mas algumas novidades já estão garantidas como a presença de Lobo que será interpretado por Emmett J. Scanlan que traz uma caracterização muito fiel a sua versão aos quadrinhos e, com a chegada do maioral a este universo, a certeza é de que haverá mais emoção para esta nova temporada.

    Nota:

    Ricardo dos Santos
    Ricardo dos Santoshttps://terraverso.com.br
    Fã de quadrinhos, séries, filmes e games. Apaixonado por DC de Grant Morrison a Alan Moore. Mais um privilegiado de estar na amada Terraverso.

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