Em 2025, o DCU, sob o comando do cineasta James Gunn, está a todo vapor com a chegada da nova temporada de Pacificador mais uma produção do seu universo, o retorno de um seriado que caiu nas graças do público.
A segunda temporada de Pacificador chegou ao serviço de streaming HBO Max no dia 21 de agosto, com 8 episódios que foram lançados semanalmente às quintas-feiras, até seu encerramento em 9 de outubro.
O elenco conta com o retorno de John Cena (Christopher Smith/Pacificador), Danielle Brooks (Adebayo), Jennifer Holland (Harcourt), Freddie Stroma (Vigilante), Steve Agee (Economos) e Robert Patrick (Auggie Smith). As novidades para esse novo ano são Frank Grillo (Rick Flag Sr.), Tim Meadows (Langston Fleury) e Sol Rodríguez (Sasha Bordeaux/Black Queen).
A história da nova temporada será sobre Christopher Smith descobrindo um mundo alternativo onde a vida é tudo o que ele sempre desejou, mas essa descoberta o força a encarar seu passado traumático e tomar o futuro em suas próprias mãos. Enquanto vai e volta desse mundo que considera ideal, a A.R.G.U.S., agora liderada pelo furioso Rick Flag Sr., procura por esse portal, e o novo diretor vê a oportunidade perfeita de se vingar do Pacificador por ter matado seu filho na conclusão dos acontecimentos de O Esquadrão Suicida.
Diferente da temporada de estreia, esse novo ano de Pacificador é muito mais dramático, tentando equilibrar com a comédia nonsense que é uma característica das produções de James Gunn, onde ele acerta muito mais em um do que no outro, enquanto deixa espaço para um novo ponto narrativo para a construção do DCU como um todo.

Em aspectos técnicos, é possível elogiar a direção, o roteiro e as atuações, particularmente destacando John Cena e Danielle Brooks, que entregam momentos excelentes no decorrer dos episódios. Por outro lado, os momentos em que a série tenta ser mais engraçada para quebrar a tensão não se encaixam tão bem como já ocorreu em outras produções.
Outro ponto diferente do ano anterior é a diminuição das cenas de ação, que são mais pontuais, dando um espaço maior para os diálogos, estabelecendo uma profundidade maior dos personagens, seus momentos individuais e a relação entre eles.
As referências inseridas são boas, como o uniforme do Pacificador 2, a existência do Big Belly Burger nesse universo, a aparição de uma personagem que conhecemos dos quadrinhos e até mesmo a breve homenagem à Starling Terror Tales, uma revista de terror da década de 50, que estão como parte da história sem procurar ser um gritante easter egg para tirar o foco do que está acontecendo em cena.

Em questão de narrativa, Pacificador me impressionou desde o seu episódio inicial, que parte da ideia de um mundo ideal diante de todos os conflitos que o protagonista encontra no seu — o famoso “e se eu abrisse uma porta e meu mundo perfeito estivesse do outro lado?”. Mas, diferente dos clichês, esse mundo ideal que Christopher busca não habita apenas as coisas que ele conscientemente deseja, como também as inconscientes, fruto da sua relação com o pai, que era um supremacista branco que cortejava todo tipo de violência.
A conclusão disso se torna um passo muito importante no desenvolvimento do personagem, que, na perda de suas crenças, vai por um caminho que teria um final trágico, se não fosse a intervenção dos seus amigos, que conseguem enxergar suas virtudes.
Essa ideia é tão interessante que podemos refletir sobre isso individualmente: e se fosse a sua porta de mundo perfeito, o que você encontraria?
O episódio final foi uma surpresa que considero muito positiva, porque acontece uma quebra de alguns estereótipos recorrentes há muitos anos no gênero, como uma grande batalha final ou participações especiais que impressionam a ponto de esquecermos completamente o ponto central da história, criando aquela expectativa do que virá a seguir, sendo que sequer pudemos aproveitar as coisas boas do presente.
Nessa temporada, podemos pensar que, apesar da existência de Rick Flag Sr. como um adversário, sequer tivemos um grande vilão a ser derrotado — a não ser as próprias crenças de Christopher Smith.
A segunda temporada de Pacificador mostra a possibilidade muito interessante da variedade de gêneros que podemos esperar nas produções do DCU, e isso me cria uma boa expectativa do que iremos encontrar nas próximas produções, na visão de outros que irão contar a história desse universo.
Trailer da Segunda Temporada de Pacificador