Multiverso DC | O universo dos seriados da DC se fortaleceu nas falhas do DCEU

    Calma! Antes que ache que esse texto é para falar que as séries televisivas são melhores que o universo cinematográfico, não é nada disso. Sabemos que o orçamento dedicado ao CWverso (ou Arrowverso) vem sendo cada vez menor e que alguns shows respiram através de aparelhos, mas que foram importantes para angariar novos tipos de públicos e gerar grandes feitos, como o marcante crossover entre os Flash’s do cinema (Ezra Miller) e televisivo (Grant Gustin). Além de novas séries que surpreenderam o público, como Superman & Lois.

    Talvez pelas séries televisivas não serem o foco principal dos fãs mais vorazes, tenha sido o motivo do universo compartilhado do Arrowverso fluir melhor do que nos cinemas. Sem a responsabilidade de agradar a crítica, as séries trilharam um caminho próprio com seus crossovers anuais, até chamarem a atenção com o grande evento Crise nas Infinitas Terras, que trouxe Ezra Miller, mostrando que o multiverso apresentado nos seriados não se limitava apenas na TV, mas atingia o universo cinematográfico.

    Ezra Miller e Grant Gustin no evento televisivo Crise das Infinitas Terras.

    Com todo enredo de desistências, mudanças, trocas, regravações que o DCEU passou nos últimos cinco anos, fica fácil complicar a cabeça até do fã mais atento, afinal, não sabemos a ordem dos eventos de cada filme, mesmo que isso não interfira na qualidade individual. Mas, infelizmente, muitas informações são obtidas em entrevistas ou, quando apresentadas nos filmes, um enorme ponto de interrogação surge. Vemos isso em O Esquadrão Suicida: o vilão Sanguinário está preso por deixar o Superman na UTI após atingi-lo com uma bala de kryptonita. Seria unânime dizermos que se trata do Superman interpretado por Henry Cavill, mas nem mesmo o diretor James Gunn sabe responder essa pergunta e prefere deixar em aberto.

    E, por mais que o universo cinematográfico iniciado por Zack Snyder, em 2013, esteja completamente fora de cogitação pela atual gestão do estúdio, ainda assim serve como guia de localização. Também fica claro vermos como alguns arcos foram simplesmente abandonados, mesmo que tivesse suas histórias rabiscadas numa breve apresentação, deixando a porta aberta para um futuro próximo. Cyborg é um dos primeiros nomes que vêm à mente quando trata-se de produções canceladas. Com seu próprio filme sendo anunciado, engavetado e anulado, entre outras situações pesadas que rolaram nos bastidores com o protagonista do personagem, Ray Fisher.

    Mas outro personagem extremamente injustiçado foi Ryan Choi (interpretado por Ryan Zheng). O diretor Zack Snyder apresentou à Warner Bros. a ideia de fazer um spin-off do Átomo/Ryan Choi, ambientado na China, com um elenco predominantemente chinês, mas o estúdio além de não aprovar, cortou a participação do personagem no filme que seria apresentado em Liga da Justiça, de 2017. E só este ano, com o lançamento de Liga da Justiça de Zack Snyder, pela HBO Max, pudemos ver sua participação que dava indícios de um futuro dentro do universo.

    Ryan Zheng, como Ryan Choi, no Snyder Cut.

    Apesar de não ser um personagem efetivo na batalha contra o Lobo da Estepe, em Liga da Justiça de Zack Snyder, Ryan Choi apareceu como um cientista do STAR Labs e ajudou Dr. Silas Stone com a caixa materna. Mais tarde, ele foi promovido a diretor de nanotecnologia, uma leve “provocação” para o potencial de seu personagem, que fazia alusão ao seu futuro como um super-herói.

    Em paralelo, na televisão, temos um Ryan mais desenvolvido, com esposa, filha e com o público aprendendo sobre o que ele faz para viver. Seu trabalho na manipulação da densidade subatômica também é crucial, sugerindo sua eventual transformação no Átomo, um super-herói que pode mudar de tamanho. Interpretado pelo ator Osric Chau, o personagem retornará no novo crossover televisivo que acontecerá em The Flash, no início de novembro, num especial de cinco partes, intitulado Armageddon.

    Apesar da identidade secreta de Átomo, no Arrowverso, ser de Ray Palmer (interpretado por Brandon Routh), é possível, que Ray passe esse manto para Ryan, durante os eventos do novo crossover, já que Choi é seu sucessor nos quadrinhos, além de significar que seu retorno, pós Crises das Infinitas Terras, pode mostrar seu destino como super-herói cumprido. Mas, indiferentemente, qualquer que seja a história esperada por Ryan, no evento Armageddon, de The Flash, o Arrowverso foi capaz de utilizar o personagem de uma forma que Snyder, infelizmente, não conseguiu, devido às circunstâncias em torno de seu envolvimento na DCEU.

    Osric Chau, como Ryan Choi, em Arrowverso.

    Por justamente ser um universo que muitas pessoas não ligam, o Arrowverso ou CWverso (como preferirem) não é algo que chama a atenção do grande público, apesar de ter fãs leais. A tranquilidade de não atingir grandes expectativas se torna em acerto quando conseguem dar segmento e importância à personagens que deveriam ter o mesmo peso em suas versões cinematográficas.

    Apesar de O Esquadrão Suicida, ter gerado o spin-off para a série Pacificador, um original da HBO Max, fica a dúvida em sabermos o quanto expandido é esse atual universo cinematográfico da DC. Talvez, o destino do DCEU ficará mais claro após o filme The Flash, que contará com diversas participações e poderá, de fato, explicar o que a Warner pretende fazer com a DC nas grandes telas.

    Andre Guilherme
    Andre Guilhermehttps://terraverso.com.br
    Um viajante do Multiverso com Q.I elevado para Legos, dono de teorias imprevisíveis e intermináveis. Meus heróis preferidos são Superman,Lanterna Verde do John Stewart e Super Choque. Na vida civil, sou desenvolvedor de softwares, amante de Action Figures e tudo que envolva a DC Comics.

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