Crítica | Liga da Justiça: Deuses e Monstros

    Quando você começa a assistir a animação sem conhecimento prévio, é complicado entender o que está acontecendo. Superman não é Clark Kent, Batman não é Bruce Wayne e Mulher-Maravilha não é Diana Prince. Eles são a personificação do poder e tem em suas origens um potencial enorme para serem os vilões da história. O filho de um tirano, um cientista que se tornou um monstro e a neta do Pai celestial que serviu de joguete para um Golpe de Estado, esta trindade seguiu um caminho diferente, mesmo que fazendo suas próprias regras.

    No inicio do filme já temos uma cena de ação cheia de sangue e pancadaria que mostra do que essa formação da Liga da Justiça é capaz. Eles não seguem ordens, eles são a Ordem. Três novos anti-heróis, Hernan Guerra, Dr. Kirk Langstrom e Bekka. Essa Liga usa todo o seu poder e força bruta para manter a ordem, e isso faz a população questionar se, de fato, são heróis ou ditadores.

    As histórias de vida dos personagens os tornam mais interessantes. Superman foi criado por imigrantes latinos e cita que se faz justiça com a mão pesada, pois estava ao lado dos que sofriam – algo bem diferente do que seria se tivesse sido criado pelos Kent. Bekka é uma desertora de Nova Gênese que fez da Terra seu novo lar, e usa sua força e sua espada de forma agressiva em batalha. Ela pode não ter um laço da verdade, mas sua espada abre portais e é capaz de cortar qualquer coisa.

    Batman é praticamente um vampiro, resultado de uma experiência que deu “certo/errado” e o afastou de sua humanidade, o que faz com que ele se dedique totalmente a Liga da Justiça, onde se alimenta do sangue dos criminosos.

    Bem elaborada, a trama conseguiu tornar os personagens corriqueiros do universo DC mais profundos, mesmo que com pouco tempo de participação. Temos uma versão mais amadurecida do Lex Luthor, uma Lois Lane que não confia no Superman, um Cyborg ainda criança e a Amanda Waller presidente.

    O sucesso do filme de 2015 garantiu uma série de 3 curtas para o ano seguinte, Liga da justiça: Crônicas de Deuses e Monstros (os episódios foram exibidos online). Cada episódio era dedicado a um dos personagens principais, que em menos de 5 minutos, conseguem ser marcantes.

    A fórmula usada para a criação de Liga da Justiça: Deuses e Monstros é certeira, temos o trabalho conhecido de Bruce Timm nessa animação, acompanhado do roteiro de Alan Burnett e direção de Sam Liu. Nomes de peso que garantem a qualidade da obra. E, para quem gosta da teoria do multiverso e não se incomoda em ver uma versão tão diferente dos personagens clássicos, é uma ótima pedida.  Se não assistiu ainda, assista!

    Rebeca Vilas Boas
    Rebeca Vilas Boashttps://terraverso.com.br
    Uma deusa, uma louca, uma feiticeira.

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