Demorou um razoável tempo, alguns atrasos e o medo dos fãs do cancelamento mas Shazam! Fúria dos Deuses chega aos cinemas sendo o primeiro filme do novo universo denominado DCU, liderado por James Gunn e Peter Safran.
O filme é uma sequência do longa lançado em 2019 e conta com o retorno de David F. Sandberg na direção e com seu elenco original encabeçado por Arsher Angel e Zachary Levi como Billy Batson e Shazam!, respectivamente. Os membros da família são interpretados na sua versão criança e heroica por Jack Dylan Grazer e Adam Broody ( Freedy), Ian Chen e Ross Butler (Eugene), Jovam Armand e D.J. Cotrona ( Pedro) e Grace Fulton agora interpretando as duas versões de Mary.
Além das crianças também retornam Djimon Houson como o Mago Shazam!, Cooper Andrews e Marta Milans como Victor e Rosa Vásquez, e temos a chegada de Lucy Liu, Helen Mirren e Rachel Zegler como as deusas Kalypso, Hespera e Anthea.
A história do novo longa do herói remete ao título do filme, pois as deusas retornam ao mundo humano para retomar o poder tomado através do cajado do mago, enquanto a família Shazam tenta conciliar a sua vida heroica com os seus destinos individuais.
Em Fúria dos Deuses, temos o mesmo tom divertido, heroico, leve e fluído do seu primeiro filme, mas agora essa produção consegue mostrar uma excelente evolução narrativa em relação ao seu anterior, ressaltando os seus aspectos mais dramáticos sem exageros. O núcleo da família Shazam é o que se pode considerar o coração do filme, pois cada personagem tem os seus momentos de mostrar crescimento, afinal, agora um pouco mais velhos, alguns personagens procuram trilhar seus próprios caminhos enquanto Billy ainda tenta manter a família unida.
Dentre os membros da família, Freedy, Darla e Pedro respectivamente são o maior destaque sendo o primeiro o mais envolvido com a questão central do longa através do seu envolvimento amoroso como Anne, que posteriormente revela sua identidade.
O protagonista também carrega as suas questões ao longo do filme e temos uma continuidade da sua trama em relação ao abandono, muito bem exemplificado ao longo do filme, quando ele se torna tão preocupado em manter a família unida.
A química entre os atores tanto em suas versões humanas quanto heroicas é excelente sendo Mary (Fulton) a ligação, interagindo com ambos os lados e potencializando a dinâmica familiar enquanto lidam com as dificuldades impostas pelas vilãs.
Neste aspecto temos um trio de vilãs que tem a sua própria dinâmica familiar, pois Kalypso, Anthea e Hespera são irmãs e possuem perspectivas diferentes sobre os eventos que removeram os poderes de Atlas, além dos próprios desejos de seu pai.
Neste sentido, as atuações também são muito agradáveis destacando Helen Mirren que mais uma vez exibe o talento e que a torna tão renomada, uma deusa mais pragmática, assim como Lucy Liu sendo a irmã com a visão mais agressiva do trio e Zegler sendo a que tem mais compaixão.
Sandberg consegue explorar o melhor do elenco ao longo das duas horas e dez minutos de filme, tanto nos aspectos cômicos, dramaticidade além de proporcionar excelentes cenas de ação dignas de um bom filme clássico de heróis.
As criaturas mitológicas que se espalham quando a trama chega em seu auge é mais um momento muito divertido do filme, que mostra desde Minotauros a Unicórnios além de Ladão, o dragão protetor do jardim usado para enfrentar a família Shazam. Diferente do seu antecessor, Fúria dos Deuses gradativamente se compromete um pouco mais com o universo compartilhado ao qual participa, colocando definitivamente o seu núcleo como algo existente no vindorou DCU e muda alguns conceitos determinados em sua fase anterior.
Neste aspecto, a cena pós-créditos se torna uma excelente ferramenta narrativa para contextualizar o que esta acontecendo neste universo, obviamente usando o bom humor e carisma do Shazam, podemos entender que existe um mundo mais amplo a chegar no universo cinematográfico.
A conclusão do filme com a excelente participação da Mulher-Maravilha de Gal Gadot coroa um terceiro ato que consegue ser bem equilibrado, entre um momento emocionante de família, uma luta espetacular e um ato heroico digno do campeão da magia.
Além da nossa crítica, confira nossas matérias especiais sobre os personagens do filme disponíveis -clicando aqui-
Nota: 50/52.
