Todos nós perdemos algo ao longo de nossas vidas. Algumas vezes essas perdas podem ser reparadas ao longo do tempo e outras não conseguimos lidar e seguir em frente, sendo necessário viver este luto.
O luto nos ajuda a lidar com esta ausência tão dolorida e, passando por seus estágios, finalmente conseguimos olhar para o horizonte sabendo que a cicatriz está em nós, mas que podemos continuar a caminhada. Não é o caso que vemos em “Contos do Multiverso Sombrio: A Morte do Superman.”.
Esta narrativa é uma versão diferente de uma das histórias mais famosas do Homem do Amanhã ,que foi lançada em 1992 e escrita por Dan Jurgens, abordando os momentos de tristeza e luto da Lois Lane, um dos períodos mais tocantes do quadrinho na década de 90, conta um desfecho diferente do que vimos em nosso Multiverso.
No Multiverso Sombrio, Lois se culpa profundamente pela morte de Clark no combate contra o Apocalipse, um inimigo que nenhum herói foi capaz de deter, exceto o Homem de Aço, que sacrifica sua vida para salvar a Terra acreditando que o mundo sem o Superman é um mundo sem esperança.
Este momento de profundo pesar narrando os momentos posteriores a morte do herói é o que torna essa HQ talvez a melhor lançada na linha do Multiverso Sombrio, trabalhando sobre as reflexões da repórter a respeitos destes acontecimentos porém com um desfecho totalmente diferente.
Esta mudança de rumo passa pela chegada do Erradicador que, sem sucesso, tenta regenerar as células kryptonianas do Superman, mas precisa assumir uma nova forma. Lois aceita sem pensar duas vezes carregando consigo todo o poder da herança de Krypton, e se tornando não apenas uma humana com os poderes do Superman, mas um arauto de sua própria vingança.
Inicialmente, ela procura continuar o trabalho do Homem de Aço salvando as pessoas, até que chega a viver os mesmos dilemas que Clark teve na sua vida de herói, em que tomar a decisão mais nobre sempre era a mais difícil.
Coisas como punir um vilão com seus próprios meios ou permitir que viva para que ele seja julgado pelas leis de seus semelhantes, decisões que muitos heróis convivem, para o seu ponto de vista são inválidas e o que de fato importa é erradicar o mal como no assassinato de Luthor ou punir aqueles que poderiam fazer algo mas não fizeram, como o Batman.
O conflito final relembra a fase “O Mistério dos 4 Supermen”, com uma narrativa diferente em que o Superman Ciborgue elimina tanto o Superboy quanto o herói Aço, assim, Lois assume o combate no momento que Clark retorna em seu traje negro mas, como estamos falando do Multiverso Sombrio, a tragédia guia esta história e temos uma conclusão desastrosa culminando com o nascimento da Erradicadora Lois Lane.
O conto “Multiverso Sombrio: A Morte do Superman”, considero a melhor história desta linha de spin offs, pois sabe trabalhar com o melhor do clássico da DC e não deixa de manter a sua característica de tragédia que é a proposta nas publicações do Multiverso Sombrio.
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