Ômega Men | Conheça mais sobre a equipe de super heróis alienígenas da DC

    Quem são os Ômega Men?

    Ômega Men é uma equipe de super heróis alienígenas criada em 1981, por Marv Wolfman e Joe Staton, tendo sua primeira aparição na revista Lanterna Verde #141. Com mais algumas breves aparições nas revistas Action Comics e The New Teen Titans, a equipe ganhou uma revista própria em 1983, pelas mãos de Roger Slifer e Keith Giffen, que contou com um run de 38 edições. Essa revista se tornou notória, principalmente por apresentar o anti herói Lobo pela primeira vez na editora.

    Sendo sempre considerada uma equipe de menor escalão dentro da DC Comics, ela ficou afastada dos holofotes durante um bom tempo. As aparições dos mesmos, quando ocorriam, eram pequenas e por vezes esquecíveis. Podemos citar principalmente a participação deles na saga Invasão!, de 1989, na minissérie Adam Strange (2004), depois em Guerra Rann Thanagar (2005), e com uma minissérie própria em 2006, desta vez pelas mãos de Andersen Gabrych e Henry Flint.

    A equipe foi formada com o objetivo de defender o sistema planetário Vega de seus inimigos, principalmente da tirania de seu próprio governo. O sistema Vega é um setor que se encontra nos confins da galáxia, que inclusive serviu de antigo lar dos Maltusianos, que posteriormente se tornaram os guardiões do universo e criaram a Tropa dos Lanternas Verdes. O único problema, é que os guardiões e a tropa dos lanternas não podem adentrar o sistema Vega, por conta de um acordo – revelado um pouco antes de a noite mais densa, meados de 2010 – com Larfleeze, o infame Agente Laranja. Por conta dessa não atuação da tropa dos lanternas verdes, houve espaço para a tirania tomar conta do sistema Vega.

    Reformulação em 2015

    Em 2015, como parte da iniciativa DC You, o recente porém renomado escritor Tom King criou uma de suas já típicas sagas em 12 partes, desta vez sobre os Ômega Men e em parceria com o desenhista Barnaby Bagenda, naquela que para muitos é a história definitiva do grupo.

    Porém, apesar do título e da breve introdução sobre o grupo, o protagonista da história é outro: Kyle Rayner, 4º membro da tropa dos lanternas verdes terráqueo. O último lanterna verde, após a destruição da tropa na saga Crepúsculo Esmeralda, em 1994, e que permanece até os dias de hoje na tropa com grande importância. Inclusive, aqui ele não é mostrado como um lanterna verde, mas como o lanterna branco, título ganho na saga noite mais densa, em 2010, graças à sua habilidade em conciliar todos os anéis das outras tropas.

     

    SPOILERS À FRENTE

    Deixando um pouco de lado as referências e partindo para a história: Tom King nos trás uma história de um grupo reformulado, mas mantendo a maioria de seus antigos membros: Kalista, Broot, Doc, Maxim, Zealot, Primus, Scrapps e Tigorr. A história se inicia no melhor estilo “terroristas tocando o terror”, pois o grupo é literalmente apresentado a nós como um grupo terrorista, ameaçando a ordem vigente do sistema Vega, controlado pela entidade chamada Cidadela. Os membros do grupo dominam a transmissão de televisores do sistema, e transmitem ao mundo a suposta execução de Kyle Rayner, pois este veio em uma pacífica missão de tentar acabar com a guerra entre o grupo e a cidadela, graças a um acordo comercial que a Cidadela estabeleceu com Terra. Esse ato, apesar de pacífico, não foi bem visto pelos Ômega Men, pois à eles parecia apenas uma tentativa da Cidadela de acabar com a sua luta, sem acabar com a opressão ao seu povo. Por conta disso, ocorre a execução de nosso querido lanterna branco.

    Bom, aqui chega a ser óbvia a constatação de que a morte não foi real, não só por conta da prática de morre-ressuscita ser comum nas HQs, mas também pela morte ocorrer logo nas primeiras paginas do primeiro capítulo. Com tantos materiais divulgando o rosto de Kyle, era fato que sua participação na história seria maior.

    E bota maior nisso… O Lanterna Branco, que por enquanto é apenas Kyle Rayner (pois teve de deixar seu anel branco com os membros da Cidadela ao adentrar o sistema Vega), passa por uma longa jornada (com direito a longos e ousados saltos temporais) de lutas e descobertas, não apenas sobre as muitas camadas da luta armada, mas também sobre si mesmo, suas motivações e paixões. Em 12 capítulos, vemos muito da personalidade de Kyle sendo explorada, tanto em pensamentos quanto em diálogos com a Princesa Kalista, personagem chave na trama.

    Falando em várias camadas da guerra… Tom King, o roteirista da saga que já foi um agente da CIA, nos trás um épico de guerra que provoca grandes potências mais do que o esperado, com a elite do sistema Vega explorando os seus trabalhadores e membros de castas/planetas considerados inferiores com trabalho escravo, extraindo minerais e recursos de planetas até literalmente secá-los, cometendo várias atrocidades impensáveis no caminho. Como um bom sistema autoritário que impõe, a Cidadela encobre com maestria esses abusos, mantendo a sociedade num estado de aceitação, e de consequente rejeição aos Ômega Men.

    A história, apesar ser bastante auto-contida, contém uma referência genial a outro elemento do universo DC: A destruição de Krypton. A tragédia do planeta natal do Superman é o motivo principal pelo qual a Cidadela explora recursos de planetas: eles exploram em particular o Stellarium, que é citado como um elemento que não permitiria a morte prematura de planetas, como aconteceu com Krypton. Um comércio extremamente lucrativo, se aproveitando da situação de desespero em que alguns planetas se encontram.

     

    FIM DOS SPOILERS

    Além desses paralelos com sociedades e governos, e história se prova um excelente épico, e mesmo com os pesares e inevitáveis contradições e questionamentos da guerra, trás também uma grande história de heroísmo. Kyle Rayner, o lanterna que conciliou os anéis de todo o espectro existente até então, com certeza não vê o mundo dividido e polarizado como os habitantes de Vega o vêem. São constantes as falas de “Ou você está conosco, ou está contra nós”, além da simbologia do Alpha e do Ômega, que estão muito presentes na HQ, inclusive como divindades.

    Quando ela começou a ser publicada nos EUA em 2015, muitos encararam ela como um certo tipo de resposta da DC por conta do sucesso de Guardiões da Galáxia. Não podiam estar mais enganados, afinal ganhamos uma HQ com camadas profundas vistas poucas vezes na indústria; uma história que se passa nos confins da galáxia, porém que mostra um grande realismo, com decisões surpreendentemente e assustadoramente humanas.

    Essa excelente e subestimada minissérie ainda não teve publicação no Brasil (alô Panini!), mas pode ser encontrada em versões encadernadas gringas aí pela internet.

    Daniel Martins
    Daniel Martins
    Louco por explorar vários cantos da cultura pop, em especial filmes e HQs. Fissurado em Batman, Christopher Nolan, Zack Snyder e jogos 16 bits.

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