Stargirl é cercada de desconfiança.
Todos são inocentes até que se prove o contrário, é o que diz aquele bom e velho ditado, porém depende. Enquanto os olhos dos nossos protagonistas estão direcionados aos recém convertidos, venho por meio deste abrir uma investigação contra Sylvester, que vêm se mostrando um verdadeiro pé no saco egocêntrico a cada nova cena. Sem também esquecer sua repentina volta do túmulo mal explicada (decepcionado que a palavra “zumbi” nunca foi usada) e sua insatisfação com a presença de certos moradores da vizinhança. Claro que traumas podem ser a resposta para esse último tópico, contudo, estamos falando de uma adaptação de gibis com gênios elétricos em canetas e cajados cósmicos sencientes, mesmo que ele não seja o real assassino da história, algo me diz que sua presença em Blue Vallie pode ser o pontapé inicial para uma ameaça ainda maior.
Agora falando sobre o episódio em si, a nova abordagem da temporada é o murder mystery e nesse primeiro momento a produção parece estar se divertindo com o gênero, trazendo embates (em especial físicos), falsas verdades e segredos obscuros que nunca são o que realmente parecem ser. Espalhando bem as peças do tabuleiro para que assim o público engaje na investigação, junto de Courtney, que é a única que realmente está interessada em resolver o caso, que é guiada por um otimismo alimentado pela projeção de sentimentos que a todo momento entra em discordância com seus aliados maís próximos.
Junto do joguinho é difícil deixar o emocional de fora, ainda mais quando àqueles que deveriam ser o detetive Poirot possuem rixas tão profundas com os principais suspeitos, os ex-vilões. E nessa falta de imparcialidade que a desconfiança se instala, deixando florescer verdades sigilosas que põe em risco a própria sobrevivência dos indivíduos em questão, que podem na hora do desespero recorrer a velhos hábitos. Cindy por mais ardilosa que seja, sempre teve a sobrevivência como sua maior qualidade, não recorrendo ao antigo covil da ISA se não fosse necessário, ainda mais com todo o esforço que vem tendo para se encaixar nesse novo meio, algo também válido para os demais, que tem muito mais a perder que os mocinhos, como bem apontado por Paula (Joy Osmanski).
Ainda está nebuloso certas intenções da temporada com o restante da Sociedade da Justiça, levando em conta a presença tão pontual dos personagens, que aparecem ocasionalmente para mostra seu descontentamento ou oferecer uma piscadinha marota ao público. Talvez com a única exceção seja Rick (Cameron Gellman), que se vê frustado pela diminuição de suas habilidades com a quebra do relógio e a falta de resposta do renascimento de Grundy, algo incentivado pelo Sombra antes de sua temporária saída abrupta para assuntos mais relevantes.
Apesar disso, a direção do episódio tenta manter os vários núcleos em harmonia, existindo um denominador comum em sua grande maioria, com cenas de maior impacto, por assim dizer, dando as caras em momentos pontuais que de certa forma alimentam a peça chave do episódio, criar muitas pulgas atrás da orelha. Com talvez esse menor tempo de tela de certos personagens uma maneira de não perder a objetividade e garantir a chama do mistério ainda acesa. “O assassino tem muitos nomes” é a primeira pista, graças ao sempre prestativo Thunderbolt, o grande problema da questão é que, numa cidade recheada de mascarados títulos são o que menos falta no cardápio.
Titulo: Stargirl Aminimigos – Chapter One: The Suspects
Direção: Andi Armaganian
Roteiro: Robbie Hyne
Duração: 42:27 min.
Nota: 4,5/5.