Crítica Liga da Justiça – sem spoilers

    Se você é fã de super-heróis, cresceu acompanhando HQs ou animações, e principalmente desses seis em específico, Liga da Justiça vai realizar um dos seus sonhos, e você vai desejar que esse sonho nunca acabe. Afinal de contas, finalmente vemos a primeira reunião da Liga nos cinemas, em live action.

    Esse filme, assim como Mulher-Maravilha, mostra que as produções cinematográficas DC/Warner estão mudando seu rumo, e aquele filtro escuro e sombrio dá lugar a mais cores e risadas. Principalmente com o acréscimo do Flash na equipe, que sempre foi o brincalhão e palhaço da turma. Ezra Miller atuou com brilhantismo, trazendo a vida o Barry Allen que conhecemos, e deixando a história de guerra e fim do mundo mais leve.

    Jason Momoa surpreendeu a todos como Aquaman, mostrando um lado do herói que vai muito além de falar com peixes. Podemos ver brevemente o conflito que Arthur Cury tem com suas origens, e sua decisão já dá um rumo para seu filme solo. O herói tem cenas icônicas, e rouba a cena, principalmente com seu sarcasmo e jeito mau humorado bad boy.

    O Batman nesse filme deu uma virada que não agradou muito aos fãs, se mostrando melancólico, e até despreparado em alguns situações. Cadê o vigilante que está pronto para qualquer problema e consegue sempre pensar em uma saída, em vez de ficar olhando sem reação? Mas dá para perceber que a morte do Superman ainda o atormenta, e isso é parte essencial do filme.

    Falando no kryptoniano, seu arco na história é memorável! Diria que finalmente temos o Superman que sempre merecemos e que conhecemos, aquele farol de esperança que ilumina a todos. E Henry Cavill, mais uma vez, mostra sua evolução no personagem, deixando os fãs sorrindo e suspirando de admiração pelo herói. Apesar de que seu retorno (isso não é spoiler, todo mundo sabia que ele ia voltar) poderia ser mais explorado. No começo há um grande foco no luto por sua morte, então faltou aquele contraponto de comemorações. Se bem que as duas últimas cenas (a segunda sendo uma pós crédito), ilumina ainda mais o personagem nas telonas.

    Já é o terceiro filme que a Mulher-Maravilha rouba a cena, em todos os sentidos. Diana é o laço da união nesse grupo, e, apesar de resistir, se dá muito bem na liderança, graças ao seu carisma e bondade. Como o Lobo da Estepe é um inimigo antigo das amazonas, ela se sente no dever de acabar com ele, e acaba tentando, em alguns momentos, fazer isso por conta própria, o que vai contra seu trabalho com Bruce de reunir a Liga.

    Cyborg é uma peça nova e enigmática no filme. Ainda descobrindo o que pode ou não fazer, e o que ele realmente é. Existe um conflito interno constante, que com a ajuda da Mulher-Maravilha e dos outros ele vai se soltando e ficando mais leve. Mas parece que ele não se destacou na equipe, apesar de ser importante para a resolução de tudo.

    Nosso vilão, o Lobo da Estepe, é um cara ranzinza e destruidor de mundos. Apesar do flashback mostrar suas intenções iniciais, seu retorno à Terra não parece ter muita motivação, apenas orgulho ferido. O que para um vilão já é mais que suficiente. Mas na grande cena de batalha, pode existir uma falha de roteiro. Em pleno 2017 não existe um lugar no mundo que seja isolado o suficiente para ninguém ter acesso à internet e rolar toda aquele fuzuê sem que todo mundo fique sabendo. Acredito que essa é uma das maiores falhas que deixou a desejar.

    As marcas registradas de Zack Snyder estão presentes no filme, mas dá para sentir a falta dele em alguns momentos da pós-produção. Sabemos de sua busca pela perfeição, e quem tem um olhar mais atento consegue perceber algumas coisas que bateram na trave. E falando nisso, o tempo do filme é realmente curto comparando ao que estamos acostumados. Alguns minutos a mais poderiam explicar e fechar alguns ciclo para amarrar melhor a produção como um todo.

    Como disse, essa nova fase no UEDC está se consolidando e aprendendo com os erros anteriores. Como o quinto filme lançado, ainda tem pontos para corrigir e aprimorar, mas parece que a fórmula já está pronta, e está dando certo. Liga da Justiça deixa muitas pontas soltas para próximos filmes, não apenas os solos dos heróis, mas com outros personagens também. E aguardamos ansiosamente esses próximos passos.

    Gabriela Orsini
    Gabriela Orsini
    Jornalista formada na PUC-SP, fotógrafa por paixão, e bailarina por teimosia. Apaixonada pela DC desde pequenina, fangirl do Batman e da Batgirl. E da Ravena, como não ser. Sou uma devoradora de livros e cinéfila até que se prove contrário. Objetivo de vida: tirar uma foto decente com o Jason Momoa (um deles, apenas). Sonho de vida: conhecer todos os países do mundo.

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