Sendo mais um lançamento das produções DC Showcase, ‘Batman: Morte em Família’ é uma produção corrida, que serve mais como um flashback glorificado de mais ou menos meia hora de duração do que algo isolado e completo, chegando longe de ser tão eficaz quanto a produção de 2010, que adaptou a mesma HQ.
Aqui a premissa é simples, no primeiro filme animado interativo da DC, você decide o destino de Jason Todd em sua incansável busca por vingança contra o Coringa. Adaptando a tão famosa HQ de mesmo nome, essa é a segunda produção animada que dá vida ao momento mais chocante na carreira do Batman, antecedida por ‘Batman Contra o Capuz Vermelho‘ de 2010.
Infelizmente, a produção não passa de um grande resumão, onde o diretor, Brandon Vietti, pode dar vida a brincadeiras e desenhar finais e respostas diferentes ao que poderia ter acontecido com Jason Todd, o Robin sucessor de Dick Grayson.
Escolhas arriscadas? Talvez, mas nenhum final deve ser levado tão a sério, a não ser aquele que realmente aconteceu em 1988, quando na época os fãs ligaram para um número fornecido pela editora, escolhendo o fim trágico do segundo Robin, pelas mãos do vilão Coringa.
Sem revelar muito (já que os resultados de suas escolhas são os únicos atrativos aqui), opções variam de: morte de personagens inesperados a detenção de heróis e vilões. Talvez o maior destaque seja a adição surpresa de Clark Kent no finalzinho da produção, servindo como o receptor da história. Clark escuta os acontecimentos da perspectiva de Bruce, trazendo para quem assiste uma perspectiva nova, mas não tão relevante. Curiosidades de luxo, eu diria.
A perspectiva de Bruce na história famosa poderia trazer uma nova roupagem para acontecimentos tão marcantes, mas ao invés disso, a produção apenas reaproveita grande parte do que foi feito com o filme anterior, que teve mais eficácia quando trouxe a vida tais eventos. Retirando cenas segundo por segundo do filme animado de 2010, fico curioso sobre o quanto de ‘Batman: Morte em Família‘ realmente é novo, ou se são apenas imagens retiradas do longa de 2010, ambos dirigidos pela mesma pessoa.
E se esse for o caso, pouco foi feito para divulgar o mesmo. Entramos na produção com um grande caso de Déjà vu e saímos com um gostinho ruim na boca, desejando ter revisitado o filme de 2010 mais uma vez.
Em contra partida, a produção conta com bônus especiais, outros curtas feitos para a coleção DC Showcase, que honestamente, são muito mais atrativos do que aquele que leva o rosto da coleção. Os excelentes:
- Death (2019)
- Adam Strange (2020)
- The Phantom Stranger (2020)
- Sgt. Rock (2019)
Mas cuidado, pois a distribuição digital é nada mais que uma versão pré-montada que não te oferece a opção interativa do curta. Para acessar os “caminhos” alternativos, você tem que olhar nos bônus, mas a desvantagem é que nem todos os varejistas digitais oferecem recursos de bônus com a sua compra. Além de alguns conteúdos exclusivos para Blu-ray que não estão presentes em nenhuma das versões digitais da coleção, a mídia só garante o valor gasto em retorno, graças a adição desses quatro curtas incríveis de maneiras diferentes.
Os destaques ficam para ‘Death’, que é impecável do início ao fim, principalmente pelo elenco de dubladores bastante talentoso, e ‘The Phantom Stranger’, que te deixa intrigado por mais informações sobre o personagem titular extremamente misterioso.
Por fim, a produção tem como atrativo apenas a opção diferencial que te promete escolhas, mas após passar por todas as opções, chego a conclusão que não existe um final mais amargo que a maneira como esse lançamento foi produzido, e esse é um final que o curta não te da a opção de refazer.
Nota: