Quando pensamos em anti-heróis da DC Comics, nomes como John Constantine, Harley Quinn ou Deadshot surgem com facilidade…
Mas o universo DC é vasto e repleto de personagens sombrios, ambíguos e muitas vezes ignorados pelo público. Abaixo, listamos 7 anti-heróis alternativos que você talvez nunca tenha ouvido falar — mas que definitivamente merecem atenção.
1. Ragman (Rory Regan)
📚 Estreia: Ragman #1 (1976)
📺 Outras mídias: série Arrow (CW, 2016)
Ragman é um vigilante místico coberto por trapos encantados que absorvem as almas dos pecadores. Esses fragmentos de alma fornecem poder ao usuário, tornando-o mais forte e sábio a cada nova adição. Criado por Robert Kanigher e Joe Kubert, Ragman luta contra o mal com motivações morais complexas — às vezes fazendo o mal por um bem maior. Teve um papel marcante em Shadowpact e foi adaptado na TV pela CW em Arrow (4ª temporada).
2. Nemesis (Tom Tresser)
📚 Estreia: The Brave and the Bold #166 (1980)
📺 Outras mídias: animações como Justice League Unlimited
Nemesis é um mestre do disfarce e espionagem, frequentemente trabalhando como agente do governo. Apesar de suas intenções geralmente nobres, seus métodos e alianças são cinzentos. Ele já trabalhou com a Força-Tarefa X (Esquadrão Suicida) e com a Mulher-Maravilha. Sua aparição em Suicide Squad (HQs) mostra seu lado mais anti-heroico e questionável.
3. Shade, The Changing Man (Rac Shade)
📚 Estreia: Shade, the Changing Man #1 (1977; reformulado por Peter Milligan em 1990)
📺 Outras mídias: referência indireta na série Doom Patrol
Um dos personagens mais surreais da DC/Vertigo, Shade é um alienígena com um “casaco da loucura” que permite alterar a realidade. Seus poderes são vastos, mas sua sanidade é instável. Na reformulação de Milligan (Vertigo), Shade mergulha em jornadas filosóficas e emocionais, fazendo dele um anti-herói introspectivo e complexo, muito além da ação típica de super-heróis.
4. Azrael (Jean-Paul Valley)
📚 Estreia: Batman: Sword of Azrael #1 (1992)
📺 Outras mídias: Batman: The Animated Series (menção) e jogos Arkham City e Arkham Knight
Jean-Paul Valley é o executor sagrado da ordem dos St. Dumas. Quando substituiu Bruce Wayne como Batman nos anos 90 (em Knightfall), assumiu um comportamento brutal e autoritário, que dividiu os fãs. Ele vive no limiar entre fé, doutrinação e livre-arbítrio — e representa um Batman que rompe com o código tradicional de não matar.
5. The Human Target (Christopher Chance)
📚 Estreia: Action Comics #419 (1972)
📺 Outras mídias: séries The Human Target (FOX, 1992; CW, 2010)
Especialista em assumir a identidade de pessoas ameaçadas para protegê-las, Chance vive uma vida de disfarces e dilemas morais. Na minissérie mais recente da DC Black Label (Human Target, 2021), escrita por Tom King e desenhada por Greg Smallwood, ele é redesenhado como um detetive noir emocionalmente contido e perigoso.
6. Looker (Emily Briggs)
📚 Estreia: Batman and the Outsiders #25 (1985)
📺 Outras mídias: animações e aparição em Black Lightning (CW)
Originalmente uma banqueira tímida transformada por poderes psíquicos e mais tarde uma vampira (!), Looker é uma ex-membro dos Outsiders. Sua dualidade entre heroína glamourosa e predadora da noite a coloca numa posição ambígua — protegendo inocentes, mas sucumbindo ocasionalmente à sua sede sobrenatural.
7. Midnighter
📚 Estreia: Stormwatch (Vol. 2) #4 (1998, Wildstorm)
📺 Outras mídias: HQs Midnighter and Apollo, referência em Young Justice
Conhecido por sua brutalidade e inteligência tática, Midnighter é uma espécie de “Batman violento e abertamente gay”. Seu cérebro é equipado com implantes que lhe permitem prever qualquer luta antes que ela comece. Suas histórias solo, especialmente no selo DC You e DC Rebirth, o mostram como um anti-herói que desafia estereótipos e enfrenta dilemas éticos com os punhos e sarcasmo afiado.
O universo DC é muito mais do que os super-heróis clássicos. Esses anti-heróis alternativos trazem dilemas morais, poderes inusitados e histórias que fogem do comum — muitas vezes abordando temas como identidade, loucura, redenção e fé. Seja em edições esquecidas das HQs ou participações especiais em animações e séries, vale a pena conhecer e revisitar essas figuras que caminham na fronteira entre o bem e o mal.