Superman: Lá no Céu | Dos pés no chão da Terra para a vastidão do universo

    Superman sempre é uma referência de tudo que é bom e nobre quando imaginamos o caráter de um herói, o primeiro de todos carrega uma carga enorme de significados transmitido por gerações ao longo de seus quase 82 anos e consegue ser uma inspiração na busca de um aspecto mais nobre em nossos corações. É o que podemos testemunhar na edição Superman: Lá no Céu.”

    Esta história é escrita por Tom King, último roteirista da revista mensal do Batman antes de James Tynion IV e outro de seus trabalhos recentes inclui a minissérie Heroes In Crisis, com sua arte produzida por Andy Kubert que também colaborou na edição especial de 80 anos do Robin. A minissérie em 6 edições começou a ser publicada entre julho e dezembro de 2019 sendo um dos trabalhos que King realizava paralelamente a mensal do Cavaleiro das Trevas.

    Superman sempre possui histórias muito emocionantes que trabalham sempre este lado humano do Homem do Amanhã, nos lembrando que ele não é apenas o ser mais poderoso do planeta, mas um homem comum que tem uma visão positiva acreditando na potencialidade humana para realizar o bem. Histórias como Superman: As 4 Estações, Grandes Astros ou Alienígena Americano trazem essa perspectiva positiva e, na história de King, temos a mesma sensação, porém, com uma dinâmica psicológica densa que é característica do roteirista.

    A história é sobre uma dramática busca do Homem de Aço até os confins do universo, enfrentando uma infinidade de perigos para salvar uma garotinha sequestrada por alienígenas na cidade de Gotham. Esta jornada não é apenas porque ele é o Superman, mas pela existência de uma garotinha que acredita que o seu maior herói irá salva-lo.

    Enquanto estava lendo a história pude perceber como Tom King teve cuidado para explorar estes aspectos humanos do Superman, em contraste com a sua responsabilidade como um herói que todos chamam na hora que as esperanças parecem ir embora.

    O começo da história em que vemos o Batman informando o desaparecimento de Alice e toda a reflexão de Clark, sobre fazer isto ou não, deixa claro como o roteirista conseguiu entender as características mais marcantes do Superman, principalmente um dos seus valores mais humanos do herói: que toda a vida vale a pena ser salva.

    Durante a sua viagem pelo universo, o Homem de Aço passa por diversas provações, tanto físicas como psicológicas, incluindo seu valores morais. Na narrativa o vemos em sua busca por diversos lugares do universo, incluindo Apokolips e uma barganha com o próprio Darkseid, além de acompanharmos a luta de Alice que acredita na vinda de seu herói. A caminhada do Superman através do desconhecido até o leva à um buraco negro, fazendo o Superman viajar no tempo e encontrar o Sargento Rock e a Companhia Moleza, que não víamos nos quadrinhos desde os anos 80.

    Dizem que “parte da jornada é o fim“, e a conclusão da jornada do Homem do Amanhã é emocionante pois sintetiza tudo de grandioso que existe sobre o último filho de Krypton. Todo o seu significado como um símbolo de esperança é visto em uma conversa entre uma garotinha e o seu herói que salvou o dia e também toda a humanidade.

    Este trecho final da história em que acompanhamos o retorno do Superman para a Terra com Alice seria como se, nós como leitores, tivéssemos a oportunidade de ter uma conversa com o Homem de Aço, aonde vemos as reflexões de Clark a respeito de diversos fatos e até sobre momentos da sua vida em que percebemos que o herói sabe que não é capaz de salvar a todos, mas com certeza ele irá tentar.

    Superman: Lá no Céu é uma história de Tom King que mostra como o roteirista tem um ótimo entendimento do personagem, como seu estilo de escrita consegue explorar o melhor em torno do simbolismo que existe sobre o Homem de Aço, construindo uma narrativa que é capaz de empolgar e emocionar o leitor.

    Nota:

    52/52 – Excelente

    Ricardo dos Santos
    Ricardo dos Santoshttps://terraverso.com.br
    Fã de quadrinhos, séries, filmes e games. Apaixonado por DC de Grant Morrison a Alan Moore. Mais um privilegiado de estar na amada Terraverso.

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