Batman | O escritor da mensal do Homem-Morcego, James Tynion IV, fala sobre seus novos vilões e o Coringa

    Após anos mergulhando no universo do Batman, escrevendo títulos como Detective Comics, Liga da Justiça e Batman Eterno, o escritor James Tynion IV tomou as chaves do reino enquanto continua na sua jornada com o herói. Mas são as duas novas criações de Tynion que estão roubando a cena desta vez; a espera aumentou nas últimas semanas enquanto os fãs aguardavam a chegada dos dois novos vilões, Punchiline e The Designer. Mesmo antes de cópias de Batman #89 e Hell Arisen #3 (a primeira aparição da Punchline) estarem disponíveis para o público, elas estavam em uma média de 10 vezes o preço de capa on-line. 

    A DC Comics anunciou que Tynion assumiria o lugar de Tom King no Batman Day (23 de julho, quando é comemorada a sua primeira aparição) em setembro do ano passado. Desde então, Tynion está se preparando e plantando as sementes para a sua corrida com o Batman, que começou com Batman #86

    Para Tynion e a DC Comics, a popularidade dos dois novos vilões é uma grande vitória dentro do ultra-competitivo mercado de quadrinhos e dialoga com a necessidade dos fãs por novos personagens. Em uma entrevista com a SYFY WIRE, Tynion deu suas impressões sobre a reação aos novos personagens e compartilhou seus planos futuros para o Batman. Ele também falou sobre a nova história que está escrevendo “Joker War”.

    Eu co-escrevi histórias do universo Batman antes mas nunca estive no banco do motorista do Batmóvel. Isso é uma total virada de jogo. Honestamente, continua sendo um intimidador e incrível lugar para estar”, declara sobre assumir títulos do Batman. “Não é só um livro importante para a DC Comics, mas é também o livro que o universo do Batman inteiro depende”. 

    Como esperado para um título emblemático igual Batman, a DC disponibilizou alguns de seus melhores artistas. Jorge Jimenez, por exemplo, é o nome que mais tem a mão por trás da idealização da nova Gotham City através dos novos vilões do enredo. O escritor e o artista mantém um relacionamento confortável, emocionante e energético. 

    Tynion e Jimenez trabalharam em caminhos diferentes da criação do The Designer e da Punchline, que estreou no arco de abertura do Batman “Their Dark Designs“. De acordo com o autor, os elementos do The Designer vinham se deteriorando há um tempo, de volta aos seus dias de Batman Eterno, enquanto a Punchline foi criada por necessidade. 

    “Voltando ao trabalho em Batman Eterno, havia muitas pequenas ideias secundárias que eu teria sobre um personagem ou vilão que não se encaixavam na narrativa que eu estava fazendo e seria como ‘Ok, isso não é’ ainda uma ideia completa, mas pode ser semente para a ideia. O The Designer era uma dessas coisas. Apenas uma ideia de um personagem que estava consciente da maneira como os vilões evoluíram ao longo do tempo”. 

    Batman #92 | Reprodução: DC Comics

    Punchline foi uma história diferente. Segundo Tynion, a ideia surgiu das histórias iniciadas em Batman #85. Mais recentemente, na DC Comics, o Coringa tem sido uma figura assustadora nas sombras e Tynion diz que quer trazer de volta a sua gangue (Joker’s gang). Desde que a Arlequina e o Coringa estão separados, isso deixou uma oportunidade para seu roteiro. 

    “Enquanto eu estava construindo a história percebi que precisava dar ao Coringa uma número dois. Eu preciso que ele tenha um parceiro que diga a todos os outros o que devem fazer.”, Tynion diz. “Enquanto pensava em quem poderia ser esse personagem tive algumas ideias. Havia algumas opções que tive durante o ano ou depois sobre uma personagem inspirada no Coringa e eu fui moldando todas essas coisas juntas em uma descrição que enviei para o Jorge [Jimenez]”. 

    Com a Punchline, Tynion diz que quer ser o oposto da Arlequina em todos os jeitos. “Enquanto a Harley é impetuosa, barulhenta e mais ‘old school’”, ele queria que a Punch fosse “lenta, quieta e mortal”. 

    “Se a Arlequina é uma gargalhada, Punchline é um sorriso quieto e assustador.”, ele explica. “Se você imagina o anjo e o demônio nos ombros do Coringa, Arlequina é o anjo que viu o melhor nele e viu algo humano lá, já Punchline vê todo o potencial sombrio dele e está apaixonada por esse aspecto”. 

    Foi aí que Jimenez entrou em cena. 

    “Quando a vimos, eu e o editor Ben Abernathy, pensamos ‘acho que temos fogo em nossas mãos’. Temos algo muito legal que as pessoas vão gostar. Foi quando começamos a tomar uma decisão sobre como a alimentamos nos livros. Nós sabíamos que ela estaria na primeira história, ‘Their Dark Designs’, mas sabíamos também que isso daria certo em ‘Joker War’, onde ela seria uma das principais antagonistas da história”.

    A emoção dos fãs com a história parece estar aumentando, o que é perfeito, diz Tynion, porque leva à história que ele está doido para contar: “Joker War”. Então, por que outra história do Coringa?

    “O que tem de novo são os novos personagens, como a Punchline e outro que insinuei, mas não posso falar muito sobre, o Clownhunter. Esses são novos personagens que quero inserir entre a dinâmica do Batman e do Coringa, para chacoalhar a história e me permitir explorar isso de diferentes ângulos”, ele diz. “Com Punchline e Clownhunter, são dois tipos de seções sobre como Gotham reage à ideia da existência do Coringa. Esse é alguém que quase matou uma cidade inteira diversas vezes; ele é maior que a vida [no contexto de Gotham] da mesma maneira que o Batman é. Todo mundo em Gotham City tem uma opinião sobre quem são Batman e Coringa”

    Nos trilhos do título King’s Batman, Tynion precisou adaptar para um novo mundo o Cruzado Encapuzado. Batman e Mulher-Gato não são mais um casal, Alfred está morto e a Batcaverna não existe mais. Agora, operando fora do esconderijo embaixo a Mansão Wayne, Bruce Wayne procurou Lucius Fox para pegar o comando. 

    “Ter a capacidade de trazer Lucius Fox foi ótimo. A maioria das soluções de Lucius são baseadas em tecnologia, porque é assim que ele funciona. Estou literalmente no meu computador dando alguns toques finais em uma cena em que Lucius tem que lidar com as consequências. Ele não é um cirurgião treinado como Alfred, isso não faz parte do seu conjunto de habilidades. Então de repente, teremos que ver onde ele não faz jus ao ideal que era o Alfred. Além disso, ele tem negligenciado o seu papel como CEO da Wayne Enterprises, que é outro trabalho muito importante a ser feito”. 

    Tynion finaliza dizendo que todos os elementos colocados na história serão recompensados. A ideia do maquinário da Wayne Enterprises foi uma ideia que segundo o escritor seria distorcida e usada contra o Batman.

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