Batman: Last Knight On Earth | Análise da primeira edição

    Nesta semana, foi lançada nos EUA a primeira edição de Batman: Last Knight on Earth. A HQ do selo Black Label é divulgada como a última da dupla Scott Snyder e Greg Capullo, que esteve à frente de toda a fase dos Novos 52 do Batman, além da saga Metal.

    A HQ contou com misteriosos teasers e sinopses, que apenas mostravam Batman em uma realidade pós-apocalíptica, acompanhado da cabeça falante do Coringa em uma jarra.

    Scott Snyder disse em entrevistas que se inspirou em Grant Morrison para dar um grande encerramento para sua fase no Batman. Assim como Morrison, que foi o grande arquiteto do Batman anteriormente, Snyder também ficou longos anos à frente do título, com fases marcantes, novos vilões (corte das corujas), uma origem repaginada (Ano Zero), e agora, um grande encerramento com sua própria versão pós-apocalíptica.

    Resultado de imagem para batman 666
    Batman 666 (2007) – O Batman pós-apocalíptico de Morrison.

    Pois bem, com a primeira edição tivemos alguns vislumbres de respostas, e muitas outras perguntas em aberto.

    Os próximos parágrafos conterão spoilers

    A HQ se inicia nos tempos atuais, com Batman investigando um mistério aparentemente ordinário: Haviam 363 dias que alguém estava riscando uma linha de giz ao longo de Gotham. Após esse longo período, Bruce percebe que a combinação de todos os rabiscos formavam uma grande figura de si mesmo. Morto, aparentemente.

    O lugar em que se situaria o coração do Batman, está bem no local mais traumatizante de sua vida: o beco do crime, palco do assassinato de seus pais.

    Após se dirigir ao local, Batman descobre uma armadilha (que creio que todos estávamos esperando, claro), onde vê o corpo de uma criança com uma assombrosa similaridade consigo mesmo na infância. Ao se aproximar, um mecanismo é ativado no braço da criança, que atira no rosto do Batman.

    À partir deste momento somos levados à algumas viagens surreais, que vão além do já citado mundo pós-apocalíptico. Uma simulação feita por Alfred, para evitar que Bruce se aventurasse na desolação do apocalipse lá fora.

    Temos algumas gratas surpresas, como a participação de outros rostos conhecidos no mundo devastado, além do surpreendente motivo para o fim dos heróis (e consequente fim do mundo). A ideia de que Lex incitou a humanidade a abraçar seu lado ruim, por incrível que pareça, soou mais convincente do que a saga DCeased, que também tratando de fim de mundo, não convenceu tanto (mesmo com a comum temática de zumbis).

    Em suma, foi uma excelente primeira edição. Contando com um storytelling perfeito, Snyder e Capullo trazem o seu melhor em termos de ritmo -exageros, ação frenética e muitos mistérios instigantes. O cenário pós-apocalíptico, combinado com a retratação da queda de tantos heróis, lembra muito Old Man Logan, com a detalhada arte de Capullo mostrando a desolação tanto nos cenários quanto nos rostos daqueles que a testemunham.

    A cabeça falante do Coringa, que acreditávamos ser o maior mistério, acaba ficando um pouco de lado, afinal, são apresentadas perguntas mais instigantes ao longo da trama: Quem é Omega, o ser que aparentemente domina a devastada Gotham? Lex incitou todos contra os heróis apenas com a lábia? O Batman do mundo devastado é um clone de Bruce (que morreu junto aos outros heróis)? A Mulher Maravilha e seus refugiados terão mais participações?

    Lembrando que a história, apesar de referências ao restante da fase Snyder/Capullo, não tem pré requisitos para a leitura. Basta querer embarcar nessa jornada bizarra!

    Daniel Martins
    Daniel Martins
    Louco por explorar vários cantos da cultura pop, em especial filmes e HQs. Fissurado em Batman, Christopher Nolan, Zack Snyder e jogos 16 bits.

    Deixe seu comentário

    Você pode gostar

    Siga-nos

    24,169FãsCurtir
    15,600SeguidoresSeguir
    18,192SeguidoresSeguir

    Últimas Postagens