Batman | Conheça os artistas anônimos do personagem

    Você sabia que as origens do Homem-Morcego remontam a alguns desenhistas anônimos? Sabia também que a capa dele foi inspirada por uma obra de Da Vinci? E que o visual foi inspirado no Zorro? Isso mesmo!

    Primeiro, as inspirações pro visual. O visual do Batman surgiu inspirado no vilão encapuzado de The Bat Whispers (1930) e nos heróis do começo do século, Zorro (1919) e o Morcego Negro (1933).

    The Bat Whispers (1930)

    Sua capa partiu da idéia de Leonardo Da Vinci para o Ornitóptero (um protótipo bizarro de um helicóptero, mas que tinha asas que se assemelhavam a morcegos). Bob Kane até surgiu com a idéia principal. Mas quem deu forma ao nosso detetive predileto foi Bill Finger. Finger deu a idéia da capa, em vez de asas, máscara com orelhas grandes, olhos brancos e luvas com barbatanas. Coisas que ainda perduram. O rosto surgiu a partir de influências externas. Chester Gould criou há décadas o famoso detetive Dick Tracy. E o desenhista fazia seu maior personagem com o queixo bem quadrado. Por isso, a maior característica dos desenhos em geral é o queixo quadrado. Ou seja, já temos a formação-base do nosso detetive.

    Ornitóptero – Leonardo Da Vinci

     

    Segundo, os vilões. Nisso, Chester Gould também tem participação. Ele tinha como hábito criar vilões deformados e dementes. Dessa época temos: Mulher-Gato (1940), Pinguim (1942) e Duas-Caras (1942).

    Nisso, o personagem já alçava novas altitudes. Estava fazendo sucesso e publicada em cada vez mais jornais e revistas. Pelo contrato de exclusividade de Kane, a demanda aumentava. E pra isso, ele contratou uma equipe. Como naquela época era comum creditar a produção somente ao chefe dela, Bob Kane assinava e outros desenhavam. O artista-empreendedor começou a ganhar fama, prestígio e dinheiro. Nas costas dos coleguinhas, é claro. Só se descobriu que Bill Finger era co-criador do Batman, em 1974! Finger havia falecido e estava na hora de colocá-lo na sua posição de criador conjunto.

    Isso ainda não esclarece nada sobre os artistas anônimos. Bom, na época era normal a terceirização da arte. Alguns daqueles desenhistas eram até melhores que os próprios criadores dos personagens. Com o passar do tempo (e nosso acesso a tecnologia), foram revelados os nomes de alguns deles.

    Jerry Robinson tinha 17 anos quando foi contratado como arte-finalista e letrista. Com o  tempo, ele começou a desenhar e até a roteirizar. Ele também marcou as histórias do Batman com a criação da maior arma do Homem-Morcego: Robin. Inspirado em Robin Hood e com aquele visual todo medieval, o Menino-Prodígio foi inserido na Detective Comics #38 de abril de 1940. Já como criação conjunta foi criado o antagonista mais famoso do planeta: Coringa. De longe, o mais famoso vilão dos quadrinhos, o Coringa foi claramente inspirado no personagem do ator Conrad Veidt do O Homem que ri (1928). Além do Coringa, o trio criou o mordomo que toda família gostaria de ter em casa: Alfred. Dada a importância dos personagens, diminuir a importância dessas mentes criadoras que não são creditadas seria, no mínimo, injusto.

    Jerry Robinson (1922-2011)

    Lew Schwartz desenhou o Batman entre 1947 e 1953. Em um mundo tão dinâmico como o dos quadrinhos, esse tempo equivale a eras. Ele também merece estar aqui nesta homenagem. Ele criou em parceria com David Vern Reed o poderoso Floyd Lawton, o Pistoleiro.

    Lew Schwartz (1926-2011)

    Outro que modificou a forma como vemos Batman hoje em dia foi Dick Sprang. Ele era capista e substituiu Curt Swan em 1955. Ele é considerado o artista definitivo do Batman na década de 50. Ele reformulou o Batmóvel e criou o visual do Charada, inserido na Detective Comics #140 (1948).

    Dick Sprang (1915 – 2000)

    Outro artista que trabalhou nas décadas de 50 e 60 no anonimato foi Sheldon Moldoff (ou Shelly). Era uma época de muitas criações bizarras como o Bat-Cão, Ace, Homem-Calendário, Batmirim, Batwoman (a original, não como a conhecemos hoje) e outros. Sua marca mesmo foi na co-criação do Senhor Frio (1959) e Hera-Venenosa (1966).

    Sheldon ‘Shelly’ Moldoff (1920-2012)

    A DC não renovou o contrato de exclusividade de Kane. Então Batman passou pra outras mãos. Carmine Infantino criou o Arrasa-Quarteirões em 1965 e o Intruso em 1966. Mas sua contribuição mais valiosa foi a Batgirl. Não a primeira. Mas, a mais famosa. Bárbara Gordon que estreou na Detective Comics 359 de 1967 foi a grande contribuição de Infantino pra mitologia do Homem-Morcego.

    Carmine Infantino (1925-2013)

    Isso nos ensina que nem sempre um personagem e, principalmente, um universo surge de uma mente só. Ele recebe contribuições de várias pessoas com o passar dos anos. Esses homens, nem sempre reconhecidos, também ampliaram o riquíssimo Batverso e hoje, nós fãs devemos muito a eles.

    Will Rodrigues
    Will Rodrigueshttps://terraverso.com.br
    Estivador, Escritor, Gênero: Terror, Futuro Cavalheiro de Windsor, Morador de Mordor, Batfã, Notívago. Escrevo aqui e para a humanidade por hobby. Fora os poemas pra alguém especial. "Não leve a vida tão a sério. Você não vai sair vivo dela."

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