The Boys | Heroísmo e selvageria na nova série da Amazon Prime

    A nova série original Amazon Prime Video entrega uma versão bem mais leve da HQ de Garth Ennis, hoje distribuída pela Dynamite Entertainment, mas antes pertencia ao selo WildStorm da DC Comics.

    Essa é a segunda história de Ennis a ser adaptada para série por Seth Rogen e Evan Goldberg. Preacher, série também disponível na Amazon, e enquanto HQ pela Vertigo, é muito elogiada pela crítica, porém, teve sua história original muito alterada, causando estranheza para quem leu a obra.

    The Boys em contrapartida teve poucas alterações, o primeiro episódio em especial entrega um prato cheio de referências visuais e diálogos fiéis, cenas que lembram claramente a Liga da Justiça, Mulher-Maravilha e Vingadores, além da paleta de cores e câmera lenta do ACLAMADO diretor  Zack Snyder. Não é segredo que a história de The Boys era uma paródia velada às equipes de super-heróis, e essa adaptação soube aproveitar o universo cinematográfico para trazer as melhores referências.

    Você pode conhecer um pouco do quadrinho que é repleta de violência, gore e outras “coisinhas” mais aqui.

    A mudança na origem dos personagens contribuiu para a fluidez da história, as motivações aparentam, em sua maioria serem as mesmas. Assim como o prato principal, o que dá origem aos Supers e toda a mística sobre o composto V.

    Dos personagens, Billy Bruto (Karl Urban), o cabeça por trás dos “The Boys”, é um homem com aparência de ator pornô e extremamente xenofóbico quando se fala de super-heróis. Seu ódio pelos supers não vem só de conhecer seus comportamentos imorais ocultos ou a total despreocupação com a vida humana (meu lema é destruir a cidade para salvar a cidade), Bruto tem fatores pessoais e busca vingança galgando seu caminho com a ajuda de uma equipe que ele mesmo organizou.

    O Francês (Tomer Kapon), reconhecido pela experiência em explosivos; Leitinho/Filhinho da mamãe, um Afro-americano extremamente forte e bem relacionado; Hughie, um rapaz aparentemente sem nada de especial, que teve sua namorada esmagada por um dos membros da maior equipe de super-heróis da Terra, Os 7.  Bruto vê uma oportunidade nisso que acaba levando Hughie para um mundo de conspirações e assassinatos.

    Não menos importante, e provavelmente um dos personagens que teve sua origem mais alterada: A Fêmea/Mulher. Na série ela é uma jovem que teve seus pais mortos e foi forçada juntamente com seu irmão a se tornarem guerrilheiros. De alguma forma ela foi capturada e utilizada como cobaia adquirindo super-poderes, tais como: regeneração acelerada, agilidade e a violência de uma fera.

    Os 7, a principal equipe de super-heróis, é integrada por Capitão Pátria (Antony Starr), Rainha Maeve (Dominique McElligott), Trem-Bala (Jessie T. Usher ), O Profundo (Chace Crawford), Black Noir (Nathan Mitchell), Translúcido (Alex Hassell) e Luz-Estrela (Erin Moriarty). Os mais fortes, carismáticos e influentes. Possuem seus rostos estampados em brinquedos, alimentos, outdoors e entre tantas coisas, filmes estrelados por eles mesmos. Movimentam bilhões de dólares por ano só com uso de imagem, além disso, são contratados para proteger cidades, tudo negociado pela Vought. A empresa responsável por divulgar e cuidar dos super-heróis, explora a imagem dos supers e utiliza seus recursos como joguete político. Nada de novo sob o sol. Afinal, o que poderia parar seres tão poderosos? Como eles surgiram?

    O contexto político, o jogo de poder, a manipulação das mídias, a hipocrisia religiosa e a religião para controle das massas, é bem explorado na série. A ideia vendida é que os supers foram escolhidos por Deus, são um símbolo de esperança, carregam os valores americanos e a Vought que cafetina isso, esconde e elimina os empecilhos. A sensação de que não há limites impera sobre os super poderosos, sejam eles com ou sem poderes.  Mas os The Boys estão chegando para acabar com isso.

    Ultraviolência com um roteiro inteligente, a série consegue ser mais justa com a visão feminina do que a HQ, e torna mais plausível a linha de acontecimentos, com personagens mais verdadeiros e heróis com questões mais humanas. Como vícios, relacionamentos, carência, vingança e desvios de caráter. E acabam realizando muitos sacrifícios pessoais em vários níveis para manter as aparências e o status social.

    Há muito o que ser explorado na próxima temporada! A série conseguiu entregar uma boa história, com ação e efeitos especiais de qualidade, trilha sonora empolgante e um bom gancho de assuntos a serem explorados para a próxima temporada. O capítulo final deixa a sensação de que há muita coisa a ser contada.

    A série completa está disponível no serviço de streaming  Amazon Prime Video, e tem segundo ano confirmado com produção de Eric Kripke, Rogen e Goldberg.

    Nota:

    Rebeca Vilas Boas
    Rebeca Vilas Boashttps://terraverso.com.br
    Uma deusa, uma louca, uma feiticeira.

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