Liga da Justiça vs Os Cinco Fatais | Retorno triunfante do Universo DC Animado

    Liga da Justiça vs. Os Cinco Fatais (Justice League Vs. The Fatal Five) é uma animação dirigida por Sam Liu, diretor que já trabalhou em outras animações da DC (Jovens Titãs: O Contrato de Judas, A Morte do Superman, entre outros) e produzida por Bruce Timm.

    O longa marca o retorno do proeminente universo animado estabelecido por Timm nos anos 90 e 2000 (DCAU), com as animações de Batman, Superman, Batman do Futuro, Super Choque, Projeto Zeta, Liga da Justiça e Liga da Justiça sem Limites. O último havia sido Batman e Arlequina, de 2017 (não muito lembrado, diga-se de passagem), e antes disso, havia tido um hiato de mais de 10 anos desde o fim de Liga da Justiça Sem Limites.

    Essa crítica contará com spoilers à partir daqui

    No filme, que pode-se contar como uma continuação de Liga Sem Limites, temos a Liga com novos membros em relação aos 7 originais – Miss Marte, Sr. Incrível e Anel Energético (Jéssica Cruz). Apenas a trindade retorna, inclusive contando com os dubladores originais das antigas animações. Além disso, o tema da clássica animação também retorna na trilha sonora, além dos tradicionais riffs de guitarra.

    A ausência dos Lanternas e do Caçador de Marte (J’onn J’onzz) é justificada em dado momento do filme com uma guerra ocorrendo no planeta Rann contra os Dominadores. Citada em dois momentos distintos, a desculpa até que cola bem, visto que os novos membros tem belas participações no longa. Até com mais destaque do que a Trindade, eu diria.

    Três membros dos Cinco Fatais – Mano, Persuader e Tharok – estão lutando contra a Legião dos Super-heróis no século 31, em busca de um dispositivo de viagem no tempo. Já nesta luta, percebemos o destaque de Star-Boy (Thomas Kallor), que acaba indo parar na época objetivo dos Cinco Fatais – o século 21, presente da Liga da Justiça. Um super herói do século 31 já ficaria naturalmente confuso na atualidade, ainda mais se este herói tiver problemas de confusão mental e psicológica, o que é o caso de Thomas.

    Neste momento temos algumas doses bem equilibradas de humor, onde o transtornado garoto chega a parar no Asilo Arkham, e até faz uma improvável amizade com o Duas-Caras. Porém, praticamente para por aí, visto que a animação se leva a sério, e tem presente nela uma quantidade de violência contrastante com os antigos desenhos do DCAU, porém bem presente nas últimas animações no geral, como Esquadrão Suicida – Acerto de Contas, por exemplo. Porém, apesar do contraste, aqui a violência é bem empregada, portanto contando como um ponto positivo. As cenas que mostram o motivo do trauma da Jéssica Cruz, por exemplo, são excelentes.

    Falando em Jéssica Cruz, se alguém tem mais destaque do que Star Boy, é ela. O trauma que sofreu reverbera na vida dela em forma de transtornos emocionais como síndrome do pânico, o que afeta vida dela como Lanterna Verde. A origem dela mostrada aqui é essencialmente focada no trauma e na superação do medo, e não em mostrar necessariamente o momento em que o anel a escolhe. Aqui isso não é tão importante, e sim a força dela em encarar o mal atual que aflige a ela e à Terra, o que foi uma boa decisão em vista da confusa e agitada origem da heroína nas HQs, nas sagas Vilania Eterna e Guerra Darkseid.

    Os Cinco Fatais são um bando de vilões bem interessantes e que trazem uma sensação de ameaça real. Apesar disso são bem unidimensionais, com suas personalidades malvadas já manjadas no meio super-heroico.

    Quando os outros dois membros dos Cinco Fatais, Imperatriz e Validus são resgatados, temos um coerente retorno da justificativa de OA estar desprotegida, e uma bela luta que se inicia com Salaak, Kilowog, Jessica Cruz contra os dois vilões.

    Aqui, o roubo da energia da bateria central de OA poderia ser mais explorado. Não ficam claras quais as consequências reais disso, visto que o anel de Jéssica volta a funcional normalmente. No último ato, a batalha final se desenrola envolvendo toda a Liga, mas principalmente Jéssica contra a Imperatriz, e com uma bela última jogada de Star Boy.

    No final das contas, Liga da Justiça vs Os Cinco Fatais não é apenas uma volta nostálgica aos tempos de assistir à Liga da Justiça no SBT. É também uma bela história de superação do medo e principalmente de Legado. Somos introduzidos à novos membros da Liga, à Legião dos Super Heróis, e à uma bela relação de inspiração entre Star Boy e Anel Energético. As únicas ressalvas ficam para a artificialidade dos vilões e para algumas casualidades do roteiro. Mas nada que comprometa a diversão e o aproveitamento da história.

    Daniel Martins
    Daniel Martins
    Louco por explorar vários cantos da cultura pop, em especial filmes e HQs. Fissurado em Batman, Christopher Nolan, Zack Snyder e jogos 16 bits.

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